O secretário estadual de Saúde, Adelmaro Cavalcanti, propôs ontem, em audiência com a prefeita Fafá Rosado (DEM), transferir à Prefeitura administração do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), gerido hoje pelo Governo do Estado. O argumento é que a municipalização melhorará a rede de saúde pública e desafogará o hospital.
"Com o Tarcísio Maia municipalizado, o Município tomará conta de toda a rede de assistência, e naturalmente intensificará na formação de pronto-atendimento, postos de saúde, saúde preventiva, para que o hospital responda apenas por procedimentos de urgência e emergência", explica Adelmaro Cavalcanti.
O secretário ressalta que a Prefeitura de Mossoró trabalha nessa linha, com reformas de unidades básicas e investimento em Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), mas considera a municipalização novo impulso à exclusiva utilização do Tarcísio Maia em serviços de urgência e emergência, porque fortaleceria toda a rede de assistência básica."Em alguns municípios, quando o hospital funciona, os prefeitos acham que não precisam mais investir em atenção básica, e isso leva à superlotação do hospital, que foge da sua missão: ao invés de atender pacientes de urgência e emergência, atende um paciente, por exemplo, com virose, que deveria ser tratada em unidade básica. Portanto, precisamos inverter essa lógica, e conseguiremos isso através da municipalização dos serviços", diz.
NEGATIVA
A Prefeitura, no entanto, não tem interesse na incorporação do Hospital Tarcísio Maia. Pelo menos, por enquanto. O secretário municipal da Cidadania, Francisco Carlos Carvalho de Melo, explica que o Município não tem condições de gerir a unidade por conta dos crescentes custos com saúde e sugere essa discussão para outro momento.
"A municipalização é um caminho natural; não é um disparate, não é um absurdo. Mas, acho imprudente discutir esse assunto antes da adequação do Município às novas responsabilidades com saúde pública", argumenta.
Francisco Carlos diz que a complexidade do sistema municipal de saúde tem aumentando rapidamente e que a Prefeitura precisa, primeiro, adequar-se a essa realidade. Lembra que, há cinco anos, o Município contava apenas com unidades básicas e hoje administra rede com hospital psiquiátrico, centro de reabilitação, unidades de pronto-atendimento, Centros de Apoio Psicossocial (CAPS).
"Portanto, não podemos colocar a municipalização do Tarcísio Maia na pauta de discussões com o Governo do Estado nesse momento", explica.
sexta-feira, 6 de julho de 2007
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