O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje que tem autoridade para marcar reuniões da Mesa Diretora da Casa Legislativa quando achar conveniente. Sob a acusação de que deixou a reunião para a próxima terça-feira com o objetivo de protelar as investigações do Conselho de Ética no seu processo por quebra de decoro parlamentar, Renan reagiu de forma enfática.
"Só marca reunião quem ganha eleição [para presidir o Senado e a Mesa Diretora]. Quem tem 28 votos [dos senadores], não marca reunião", afirmou Renan numa resposta ao senador José Agripino Maia (DEM-RN) que saiu derrotado na disputa com o peemedebista para a presidência do Senado.
Enquanto Renan conquistou votos de 51 senadores para presidir a Casa no início deste ano, Agripino teve 28. Renan reagiu a Agripino depois de ser bombardeado por parlamentares da oposição esta tarde com acusações de que estaria atuando para protelar as investigações do Conselho de Ética no processo que analisa se o presidente do Senado quebrou o decoro parlamentar.
Agripino acusou Renan de estar em busca de uma "chicana jurídica" para evitar a perícia da Polícia Federal em seus documentos. O líder do DEM também disse que Renan deveria permitir a realização da perícia porque "quem não deve, não teme".
Renan disse que apenas cumpriu o regimento do Senado, com autonomia, para deixar a reunião para o último dia de reuniões do Congresso Nacional antes do recesso parlamentar.
"O conselho encaminhou três documentos para a Mesa. O terceiro chegou às 16h32. Marquei reunião para o próximo dia que tem sessão ordinária. Não tinha como fazer diferente", justificou.
Adiamento
O presidente do Senado marcou para a próxima terça-feira reunião da Mesa Diretora para deliberar se o ofício do Conselho de Ética que pede nova perícia nos documentos da sua defesa será enviado à Polícia Federal.
O peemedebista quebrou acordo firmado ontem com partidos de oposição para que a reunião fosse realizada ainda nesta quinta-feira.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) chegou a apresentar requerimento para que o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), convocasse sessão à revelia de Renan. Viana disse, no entanto, que não tem competência legal para convocar a sessão --decisão que, segundo ele, cabe somente ao presidente do Senado.
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