O Rio Grande do Norte deve “lastimar” e não comemorar a refinaria de pequeno porte que vai receber da Petrobras e operar até 2010. A afirmação é do empresário e ex-presidente da Federação das Indústrias do RN, Bira Rocha, segundo o qual sem infra-estrutura o estado poderá ficar também sem o pólo petroquímico que pleiteia para Guamaré. Bira faz menção às declarações do secretário de Planejamento, Vagner Araújo, publicadas em entrevista em O Poti do último domingo. Na entrevista, Vagner diz que o investimento anunciado pela Petrobras deve ser comemorado, fala sobre os ganhos que virão a reboque do projeto, mas reconhece que, sem porto adequado para receber e escoar produtos, o RN não pode disputar empreendimentos mais robustos da estatal, como as duas novas refinarias projetadas atualmente para o Nordeste.
“Não temos que comemorar, mas que lastimar os erros acumulados no estado”, disse Bira, se referindo à falta de investimentos em infra-estrutura no governo atual e nos anteriores. O empresário observa que a inadequação do Porto de Natal e a falta de alternativas para escoar a produção do estado localmente, por via marítima, já tem levado os exportadores a embarcar seus produtos por outros portos. O pólo petroquímico, disse ainda, também “sofrerá do mesmo mal: a falta de infra-estrutura”. “Sem infra-estrutura não tem nada”, frisa ele e vai além: “Isso que está sendo anunciado para o Rio Grande do Norte não é novidade, é o que já existe, não é refinaria. Essa refinaria deveria se chamar me engana que eu gosto”, criticou ainda.
O presidente do Senado e ex-governador do RN, Garibaldi Alves Filho, não faz coro as suas críticas, mas ressalta que o Rio Grande do Norte não deve se contentar com o investimento na refinaria. Para ele, o estado deve comemorar, mas não se conformar apenas com isso.
“Precisamos continuar insistindo no pólo (petroquímico) e buscar investimentos para o porto. O estado está precisando é de um porto”, comentou ele.
Na entrevista a O Poti, Vagner Araújo, reconheceu que o estado não tem estrutura para sediar projetos de maior porte e justificou que a refinaria recentemente confirmada pela estatal é uma conquista que chega “depois de muitos anos e muita luta” e que vai permitir ao estado agregar valor às matérias-primas que extrai, ao invés de permanecer apenas como um estado provedor de matérias-primas. “Vamos agregar valor aqui, gerar oportunidades de trabalho, receita tributária, movimentação econômica, oportunidades para pequenos, médios e grandes negócios locais, atração de outros empreendimentos que vêm na esteira desse. É isso o que devemos comemorar, porque isso é realidade, é fato”.
Fonte: Diário de Natal
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário