“São senadores franciscanos do PMDB, que estão com chinelo furado. Pode até dar um chinelo usado. Não precisa de um sapato cromado italiano.” A frase foi dita ontem pelo senador Wellington Salgado (PMDB-MG). Sem admitir qualquer reivindicação, ele aderiu ao grupo que derrotou o governo quarta-feira em plenário. Grupo que, agora, está na espera do “chinelo usado” (cargos e emendas) prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Enquanto tenta agradar ao PMDB, o governo começa a trabalhar para cumprir a segunda promessa feita ao partido: mudar a posição da bancada de senadores do PT contrária à permanência de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado. Para o governo, será a equação que garantirá na Casa a prorrogação da CPMF .
Renan e o Palácio do Planalto avaliam que, a curto prazo, dificilmente haverá um recuo por parte dos petistas. Eles não aceitariam passar a imagem de que foram enquadrados pelo presidente Lula. Nem de que são os culpados pela crise entre governo e PMDB, que culminou com a derrubada da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo na quarta-feira.
A estratégia do governo e de Renan é individualizar os problemas no PT, não contaminando o restante da bancada do partido. Assim, minimizaria o clima de “pressão partidária” pelo afastamento do presidente do Senado, alvo de mais três processos por quebra de decoro no Conselho de Ética.
O Planalto e o peemedebista apostam na ajuda da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). Ao lado do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), a senadora comandou a tropa de Renan desde o início da crise. Defendeu sua absolvição e agora terá a missão de controlar o PT. E deve fazer esse apelo na reunião semanal que a bancada realiza às terças-feiras.
domingo, 30 de setembro de 2007
Lula manda PT ficar do lado de Renan
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