domingo, 30 de setembro de 2007

Lula manda PT ficar do lado de Renan

“São senadores franciscanos do PMDB, que estão com chinelo furado. Pode até dar um chinelo usado. Não precisa de um sapato cromado italiano.” A frase foi dita ontem pelo senador Wellington Salgado (PMDB-MG). Sem admitir qualquer reivindicação, ele aderiu ao grupo que derrotou o governo quarta-feira em plenário. Grupo que, agora, está na espera do “chinelo usado” (cargos e emendas) prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Enquanto tenta agradar ao PMDB, o governo começa a trabalhar para cumprir a segunda promessa feita ao partido: mudar a posição da bancada de senadores do PT contrária à permanência de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado. Para o governo, será a equação que garantirá na Casa a prorrogação da CPMF .

Renan e o Palácio do Planalto avaliam que, a curto prazo, dificilmente haverá um recuo por parte dos petistas. Eles não aceitariam passar a imagem de que foram enquadrados pelo presidente Lula. Nem de que são os culpados pela crise entre governo e PMDB, que culminou com a derrubada da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo na quarta-feira.

A estratégia do governo e de Renan é individualizar os problemas no PT, não contaminando o restante da bancada do partido. Assim, minimizaria o clima de “pressão partidária” pelo afastamento do presidente do Senado, alvo de mais três processos por quebra de decoro no Conselho de Ética.

O Planalto e o peemedebista apostam na ajuda da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). Ao lado do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), a senadora comandou a tropa de Renan desde o início da crise. Defendeu sua absolvição e agora terá a missão de controlar o PT. E deve fazer esse apelo na reunião semanal que a bancada realiza às terças-feiras.

Fonte: Correioweb

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