terça-feira, 4 de setembro de 2007

Renan defende voto secreto e diz que acusações são mentirosas

Na véspera da votação do relatório que pede a cassação de seu mandato no Conselho de Ética do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) discursou hoje por mais de meia hora no plenário da Casa para rebater todas as denúncias de que é acusado. O presidente do Senado disse que, depois de cem dias como alvo de acusações, ninguém conseguiu comprovar nenhuma das "mentiras" de que é vítima.

"Eu só listei dez das mentiras que foram, uma a uma, demolidas com documentos. Repito: todas foram demolidas com documentos que eu apresentei. Até hoje, não apresentaram um só documento contra mim. O que restou de tantas acusações? Absolutamente, nada. As acusações viraram pó", enfatizou.

Voto secreto

Renan também defendeu a votação secreta no conselho, apesar de afirmar que não vai interferir na decisão dos senadores, que na semana passada aprovaram o voto aberto no relatório contra o peemedebista.

"Como presidente da instituição não posso deixar de registrar que o Direito Constitucional está sendo esmagado em nome da continuidade do linchamento. [Com o voto aberto], abre-se uma chaga incicatrizável na parte mais sensível do ordenamento jurídico. Por essa ferida, por essa lesão profunda, eu não quero ser cúmplice nem coadjuvante."

O presidente do Senado disse que não vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que o voto seja aberto no conselho. "Seria uma indelicadeza do presidente do Senado recorrer ao Supremo. Comigo, eu quero que a verdade ocorra de outra forma", afirmou.

Renan disse que a votação aberta no Conselho de Ética vai se tornar um "grave precedente, um erro jurídico e um açodado atropelo perpetrado pela conveniência política de alguns poucos". Mas ressaltou que, apesar de discordar da decisão do conselho, não vai usar das prerrogativas do cargo para revertê-la. "Não preciso lançar mão de expedientes condenáveis nem submeter ao prestígio do cargo para confirmar a minha inocência", enfatizou.

O senador também desautorizou assessores ou aliados a veicularem listas com a esperada contabilidade de votos no Conselho de Ética. "Eu gostaria de desautorizar publicamente qualquer veiculação de listas, de nomes, que tenham esta ou aquela tendência de voto. Isso é uma tentativa criminosa de desvendar o voto, que é secreto. Não estão falando em meu nome e nenhum assessor tem conhecimento deste assunto", disse.

Fonte: Folha Online

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