sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Wellington Salgado analisa papel da imprensa no processo de Renan

Em discurso nesta sexta-feira (14), em Plenário, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) leu entrevista em que o professor e membro da Academia Brasileira de Ciências Wanderley Guilherme dos Santos afirma que a imprensa no Brasil age como um partido político. A entrevista foi divulgada no blog do jornalista Paulo Henrique Amorim.

Wellington Salgado disse que leu a entrevista na tentativa de entender melhor o papel da imprensa no processo de julgamento do presidente Renan Calheiros. Para o senador, Renan Calheiros ganhou a sua "terceira eleição" à Presidência do Senado com o apoio da maioria dos senadores, ao ser absolvido no processo, mas para a imprensa, avaliou, o problema continua.

- Para Wanderley Guilherme dos Santos, restou à imprensa brasileira ter a capacidade de gerar crises, instabilidade política - narrou Wellington Salgado.

De acordo com o texto lido pelo senador, a imprensa no Brasil se considera indestrutível porque resiste à democratização, à republicanização do Brasil. Ainda citando a entrevista, o parlamentar analisou o papel da imprensa na tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitschek na Presidência da República, em 1955.

Ao avaliar o papel da imprensa na história no último século, o professor citou a crise criada no governo Jânio, em 1961, e no governo João Goulart, em 1964. Também foi citada no texto, disse o senador, a crise que resultou no suicídio de Vargas, em 1954.

No governo Lula, segundo o professor, a imprensa teria adotado a prática do "quanto pior melhor", que, em períodos históricos anteriores, era atribuída à esquerda, de acordo com a avaliação do entrevistado. Esse quadro, para o professor, revela que a imprensa vem "dificultando a implementação de políticas que são reconhecidamente benéficas ao país, porque estão sendo formuladas e implementadas por um governo intérprete das classes populares".

Em aparte, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) contestou a afirmação de Paulo Henrique Amorim, comentada por Wanderley Guilherme dos Santos, de que, em nenhuma democracia importante do mundo, jornais e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Para exemplificar sua posição, citou o caso Watergate no qual o presidente Richard Nixon foi levado à renúncia pelo escândalo criado a partir de denúncias publicadas pelo jornal The Washington Post.

Fonte: Agência Senado

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