sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Brasil melhora posição em 'ranking da fome' mundial

Um índice calculado por organizações internacionais mostra que o combate à fome avançou no Brasil entre 2003 e 2004, acelerando o passo de uma fenômeno que vem se registrando desde os anos 90.

No Brasil, o Índice da Fome, calculado para 118 países pelo Instituto de Pesquisas sobre Políticas Alimentares (IFPRI), com sede em Washington, caiu de 5,43 em 2003 para 4,60 em 2004.

Em 1990, o indicador chegava a 8,33 e em 1981, a 10,43.

Com isso, o Brasil ficou em 24º lugar no ranking da fome, quatro posições acima da registrada no ano anterior, quando 119 nações foram consideradas. Mas a entrada e saída de países na lista dificulta uma comparação.

O índice levou em consideração fatores como mortalidade infantil, desnutrição infantil e o número de pessoas com deficiência alimentar nas 118 nações pobres ou emergentes.

Os resultados colocam o Brasil como um país com bom desempenho no combate à fome, e "a caminho" de fazer sua parte nas metas do milênio, que, entre outros objetivos, prevêm que o mundo chegue a 2015 com um nível de fome equivalente à metade do de 1990.

Dados analisados pelas organizações mostram que, entre 1990 e 2004, a mortalidade infantil de crianças com menos de cinco anos de idade caiu de 6% para 3,4%.

Em estimativas médias calculadas para o mesmo período, a prevalência de crianças abaixo do peso caiu de 7% para 2,4%. Já a proporção de pessoas desnutridas caiu de 12% para 8% da população.

A trajetória do Brasil ilustra a melhora geral na América Latina, região onde, junto com o Leste da Ásia, houve avanços no combate à fome.

Segunda colocada no ranking, a Argentina viu seu indicador cair de 1,81 para 1,1. O Chile, que figura em 5º, reduziu o índice de 1,87 para 1,83.

Cuba (2,2 contra 2,57 em 2003) é o país mais próximo de atingir as metas do milênio, e lidera a lista dos países que mais fizeram progresso.

Se atingir uma mortalidade infantil de quatro crianças com menos de cinco anos para cada mil nascidas vivas (atualmente esse número é de sete, contra 13 em 1990), o país terá alcançado os objetivos da ONU em todos os quesitos, antes do prazo estipulado.

O grande problema continua sendo a África subsaariana: 25 de 36 países com problemas considerados "extremamente alarmantes" - indicadores acima de 30 - estão nesta área.

Apenas seis de 42 países (Djibuti, Moçambique, Congo, Gana, Mauritânia e Malauí) foram considerados "a caminho" de cumprir as metas do milênio.

"A pobreza é a principal causa da fome e da desnutrição: os pobres não podem comprar comida suficiente nem prover a si mesmos uma dieta balanceada. Produtores agrícolas pobres não estão em posição de produzir comida em quantidade e qualidade suficientes para subsistência", diz o relatório.

O documento estima que o mundo tinha 854 milhões de pessoas passando fome em 2004. No relatório do ano passado, a estimativa era de 815 milhões de famintos em 2003.

Fonte: BBC Brasil

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