segunda-feira, 22 de outubro de 2007

PSDB deve liberar bancada no Senado para votação da CPMF

O PSDB caminha para liberar a bancada na votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.

Apesar de líderes tucanos serem oficialmente contrários à prorrogação do "imposto do cheque", o partido vai negociar com o governo esta semana a possibilidade de deixar a bancada do Senado livre na votação da matéria --após a pressão velada de governadores tucanos favoráveis ao aumento de repasse de recursos da Saúde para os Estados.

O PSDB se reúne na quinta-feira com o ministro Guido Mantega (Fazenda) para negociar a votação da CPMF. O partido promete cobrar, como contrapartida, a redução gradual da alíquota do "imposto do cheque" e a diminuição da carga tributária nacional --entre outras reivindicações. O fechamento de questão contra a CPMF ou a liberação da bancada do PSDB no Senado estão condicionados à oferta do governo durante as negociações.

A Folha Online apurou que os tucanos consideram um "desgaste" fechar questão a favor da prorrogação do "imposto do cheque", abandonando a postura de oposição da legenda. Dessa forma, a liberação da bancada seria o mecanismo viável para apoiar a prorrogação da CPMF, já que os senadores estariam livres para votar contra ou a favor da proposta.

Oficialmente, os tucanos não adiantam a postura que vão adotar na votação. "O tempo conspira contra o acordo [com o governo]. Fechar questão contra a CPMF é fácil, mas não há mais possibilidade de fechar questão a favor. Como unanimidade, não teremos uma posição", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

O senador disse que o partido não pretende estabelecer punições àqueles que votarem contra a orientação da bancada, ao contrário do que o DEM ameaça fazer. A bancada do DEM no Senado já fechou questão contra a prorrogação da CPMF, sem disposição para negociar com o governo.
"Temos personalidades diferentes. Somos irmãos, mas não somos siameses. Não vamos deixar de ser quem somos em função de nada. Se o governo quer conversar, vamos até lá, faz parte da nossa gênese ouvir", afirmou.

Virgílio disse, no entanto, que vai se reunir com Mantega com o espírito "meio aberto" ao diálogo --já que avalia que o Palácio do Planalto demorou demais a discutir concessões à prorrogação da CPMF.

Fonte: Folha Online

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