quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Renan analisa proposta para se licenciar do cargo e tentar preservar mandato

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou a manhã desta quinta-feira em sua residência oficial, localizada no Lago Sul de Brasília, reunido com assessores. Ele recebeu a visita de dois aliados: o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) e o governador de Alagoas, Teotônio Vilella (PSDB). A Folha Online apurou que Renan estaria analisando uma proposta para se licenciar da presidência do Senado.

Pela proposta em estudo, Renan se afastaria do comando do Senado, pelo menos, até a conclusão da votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. Em troca, Renan receberia a ajuda da base governista para ser absolvido nos três processos que tramitam contra ele no Conselho de Ética do Senado.

A Folha Online apurou que Renan estuda cancelar viagem que faria com os familiares neste feriado prolongado para analisar a proposta feita por interlocutores do Planalto interessados em facilitar a aprovação da PEC da CPMF no Senado. Ele deve dar uma resposta nos próximos dias.

Para os aliados de Renan, que ainda defendem sua permanência no comando do Senado, a proposta tem de ser analisada com cautela. Eles entendem que a única forma de Renan não ficar isolado é se mantendo na presidência da Casa.

Um outro grupo de aliados, entretanto, avalia que o melhor para Renan é se licenciar do cargo para preservar o mandato. Esse grupo analisa que a insistência do peemedebista em ficar no cargo pode se virar contra Renan --que pode ser vítima de um julgamento mais "duro" no plenário do Senado se o Conselho de Ética recomendar sua cassação.

Sinais

Pela primeira vez, o senador teria sinalizado a interlocutores que poderia deixar a presidência do Senado até a conclusão da votação da CPMF --que, segundo cálculos do governo, deve ocorrer até 20 de dezembro.

Nesses cinco meses de crise, Renan sempre negou a possibilidade de se afastar do comando da Casa. Por diversas vezes ele disse ficaria na presidência e que provaria sua inocência.

A licença do cargo de presidente, prevista pelo regimento interno do Senado, é permitida pelo prazo máximo de 120 dias. Nessa situação, Renan seria substituído pelo vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC), enquanto durar seu afastamento. Com a licença, Renan se afastaria somente da presidência do Senado, mas manteria o seu mandato.

Fonte: Folha Online

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