domingo, 25 de novembro de 2007

Escolas do Rn têm um déficit de 2 mil professores

Professores com salários baixos. Professores mal qualificados. Professores desmotivados. Acredite, há alunos da rede estadual de ensino que gostariam de ter docentes mesmo com essas características. Isso porque muitos estudantes sofreram durante o ano, ou continuam sofrendo, com dois problemas que se somam e podem ser ainda mais graves: a falta de professores e as faltas dos professores.

Enquanto a estimativa é que o déficit total de docentes na rede chegue a 2 mil, a Secretaria Estadual de Educação ainda não conta com instrumentos que possam monitorar a presença dos contratados nas salas de aula, nem mesmo ferramentas que permitam punir os que se ausentam, de forma reiterada, sem uma justificativa, já que hoje a única medida possível é o corte do ponto.

Números de uma pesquisa realizada em São Paulo dão conta de que cerca de 13% dos professores faltam às aulas diariamente na rede estadual e o acumulado de faltas (justificadas ou não) chega, em média, a 16% durante o ano, ou seja, 32 dos 200 dias letivos acabam prejudicados. No Rio Grande do Norte, nada aponta para números diferentes. “Não temos dados reais a respeito disso. Mas já que os problemas da Educação não são pontuais, é uma realidade nacional, é de se acreditar que os números sejam próximos”, confirma a coordenadora de Desenvolvimento Escolar da Secretaria, Lúcia de Souza.

Ela afirma que o caminho para evitar os abusos passa pela melhoria na gestão dos diretores, pela cobrança da sociedade e também pela implementação de outras ferramentas: “Estamos discutindo a criação de comissões de avaliação institucional, que poderão monitorar as escolas e detectar esses desvios. Mas é bom ficar claro que essa avaliação deve ter um cunho não punitivo, mas de orientação”, ressalta a educadora.

Lúcia de Souza reconhece que é injusto alguns professores se integrarem aos projetos, pesquisas e ações que envolvem a escola, enquanto outros não demonstram o mesmo compromisso. “Esse compromisso deve ser, antes de tudo, com o próprio aluno”, defende. Ainda assim, ela admite que hoje a única forma de punir os “faltosos” é com o corte do ponto, mas apenas nos casos em que não houve justificativa.

Com as comissões de avaliação, que devem começar a funcionar já no próximo ano letivo, será possível sistematizar problemas como o dos professores faltosos. “Outra ferramenta é premiar os professores que realizam um bom trabalho”, destaca. Contudo, Lúcia lembra que a maioria dos docentes não “falta porque quer” e destaca que antes de iniciarem as avaliações, todos os envolvidos serão informados a respeito de como essas serão efetivadas. “Vamos às escolas explicar quais os critérios e os parâmetros para a avaliação, que não deve ser opinativa, mas de orientação”, reforça.

Fonte: Tribuna do Norte

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