sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Médicos do SUS iniciam mobilização na 4ª e podem paralisar atividades

Na próxima quarta-feira (21), médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o país dão início a uma mobilização que pode culminar em paralisação. Está prevista uma série de atividades que, segundo os organizadores, servirão para mostrar a rotina dos médicos brasileiros e chamar a atenção de autoridades e da sociedade para as condições de trabalho nas unidades públicas de saúde.

Segundo Geraldo Guedes, coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS e um dos organizadores da mobilização, os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos. “A mobilização não vai ferir o código de ética, que prima pelo atendimento integral em casos de urgência e emergência”, explica.

As principais críticas são a falta de infra-estrutura no SUS e os baixos salários, que obrigam os profissionais a acumular dois ou mais empregos e diminuem a qualidade do atendimento. “Entendemos o SUS como um grande plano de saúde para a maioria da população brasileira. Mas acreditamos também que ele deve existir de forma a proporcionar atenção integral ao cidadão, e não é isso o que vêm acontecendo”, afirma Guedes.

Segundo o médico, a falta de infra-estrutura do SUS é a principal responsável pelo alto número de partos do tipo cesariana no país – um dos maiores do mundo. O parto normal pode levar até 12 horas e o médico deve acompanhar o procedimento. No entanto, devido à baixa remuneração – cerca de R$ 200 por todo o período em que o profissional passa ao lado da paciente – a solução acaba sendo a cesariana, mais rápida e que permite ao profissional o acompanhamento de várias pacientes.

Uma das reivindicações da campanha é o estabelecimento do piso salarial de R$ 6.963,52 para 20 horas de trabalho, além de adoção de um plano de cargos e salários. Hoje, de acordo com Guedes, há locais no Nordeste em que os salários dos médicos não passam de R$ 600 mensais.

Fonte: Agência Brasil

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