terça-feira, 13 de novembro de 2007

PF indicia 69 por fraude contra INSS no Nordeste

A Polícia Federal enviou à 8º Vara Federal de Souza, na Paraíba, o relatório final do inquérito sobre a Operação Cárcere, realizada no Estado, que apurou fraudes em benefícios de auxílio-reclusão. Os prejuízos à Previdência Social, segundo estimativas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e da Polícia Federal, ultrapassam R$ 3 milhões. Foram indiciadas 69 pessoas por crimes como estelionato, corrupção, ameaça e formação de quadrilha ou bando. No dia da operação - 27 de setembro - foram presas 27 pessoas e cumpridos 31 mandados de busca e apreensão.

Os auxílios reclusão foram fraudados pela quadrilha nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Entre os indiciados está um servidor do INSS, que era líder do bando, e sua esposa. O casal está preso.

O golpe

O trabalho da quadrilha começava com uma aliciadora - a mulher do servidor do INSS - que arregimentava uma mulher e um preso dispostos a participar do esquema, prometendo pagar um percentual quando fosse deferido o benefício.

Convencendo-os, a aliciadora recebia os seus documentos pessoais e criava um "filho fantasma" para que o preso passasse a ter dependente e o pagamento do benefício retroagisse à data da sua prisão. Os envolvidos, com ajuda de um funcionário de maternidade, conseguiam formulário de Declaração de Nascido Vivo preenchido com dados falsos, para que obtivessem uma Certidão de Nascimento. Como não existia filho, outra criança era usada para estampar seu pé no formulário. A mãe da criança recebia um valor pela participação.

Quando não era comprovada a qualidade de segurado do preso, a aliciadora arregimentava um proprietário rural para que fornecesse declaração falsa. A partir do momento em que era preparada toda a documentação fraudulenta, a aliciadora requeria o auxílio-reclusão e contava, normalmente, com ajuda de um funcionário do INSS. Ao ser concedido o benefício, seu valor era repartido entre os envolvidos.

Fonte: O Estadão

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