terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Governo deveria ter chamado parlamentares para discutir pacote, diz Garibaldi

O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), criticou hoje (8) a forma como o governo anunciou o pacote de medidas tributárias. Para ele, o Executivo deveria ter convocado os parlamentares para discutir as medidas antes de determinar o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos.

"Faltou o diálogo. Qualquer outra explicação, pelo menos a mim, não convence", disse hoje ao chegar ao Senado.

Para o senador, o governo deveria ter procurado parlamentares da base aliada e da oposição para explicar por que não poderia cumprir a promessa feita no fim do ano passado de que não haveria aumento de impostos. "Achei errado o governo não voltar à mesa de conversações e ter dito que não poderia manter aquele compromisso. Não seria nem a primeira nem a última vez que um compromisso seria desfeito, mas desfeito na base do diálogo, do entendimento", afirmou. "Não pode ser assim, de cima para baixo porque há todo um orçamento a essa altura dos Três Poderes sendo examinado", acrescentou.

Garibaldi Alves Filho demonstrou preocupação com os cortes no Orçamento Geral da União deste ano que serão anunciados nos próximos dias para adequar as contas à perda de R$ 40 bilhões com a rejeição da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

"A notícia que se tem é que ninguém será poupado, nenhum poder será excluído", disse Garibaldi. Mas lembrou que os ajustes ainda dependem de aprovação da Comissão de Orçamento do Congresso Nacional.

O presidente do Senado avaliou, ainda, que a preocupação será ainda maior ser houver cortes no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ontem, o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que algumas obras do PAC poderão ser afetadas com os cortes. "Ficamos preocupados porque, se cortar no PAC, a porta estará aberta, e a tesoura, afiada para cortar em outros setores vitais", disse Garibaldi. "Mas é preferível aguardar. O melhor é aguardar a proposta do Executivo para que nós ofereçamos também a nossa proposta não deixando que a tesoura aja livremente."

Fonte: Agência Brasil

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