Saúde lança campanha de guerra contra a Dengue em Natal

Não dá mais para se falar em acabar com o mosquito da dengue. Para os gestores de saúde, as duas palavras de ordem agora são: preocupação e controle. Depois de um aumento significativo nas notificações de casos de dengue comparando-se janeiro de 2007 para janeiro desse ano, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) anunciou nesta quarta pela manhã mais uma campanha que eles consideram ``agressiva'' e que começará a ser veiculada nas televisões, rádio e jornais de todo o Estado a partir de quinta. O número de notificações da Febre Hemorrágica do Dengue (FHD) - a forma mais grave e que pode levar à morte - aumentou aproximadamente em 600%. Para se ter uma idéia, comparando-se os dois períodos, em 2007 foram 17 casos de FHD e nenhum óbito; em janeiro de 2008, já são 106 casos notificados, com três óbitos e um já confirmado como sendo FHD, os demais ainda estão sendo analisados. Com relação aos casos clássicos da dengue, o número é menor: 1.063, em 2007; e 1.484, em 2008. Esses dados são de todo o Estado.

Além da campanha, para o titular da pasta, Adelmaro Cavalcanti, o número alarmante de casos de dengue no Estado só poderá retroceder se for feito um somatório de ``ações articuladas'' entre gestores públicos - e aí inclua-se prefeitos de todos os municípios do Estado - Governo Estadual, Ministério da Saúde (MS) e a colaboração e vigilância da população. Adelmaro falou na importância de, nesse momento, a Sesap se articular com outros órgãos do Governo, como Caern, para que haja uma continuidade no abastecimento da água e as pessoas não sejam obrigadas a armazenar água de forma inadequada. Assim como também se articular o Legislativo de modo a ser criada uma lei que permita o acesso dos agentes de saúde nas construções civis, ou até mesmo uma responsabilização desse setor para não acumular gua de forma inadequada nas suas obras.

Emergenciais

No que se refere a ações emergenciais, os carros fumacê operaram durante o carnaval em bairros considerados prioritários, que são, de acordo com a coordenadora de Promoção à Saúde da Sesap, Celeste Rocha: Igapó, Nossa Senhora da Apresentação e Potengi. ``Estamos todos imbuídos de dar respostas. O que temos de diferente nesse surto da epidemia são os números elevados. Daí a necessidade de uma ação mais agressiva. Queremos que vocês (imprensa) nos ajudem no sentido de mostrar à população que é possível ele fazer a operação focal. Dele não deixar o mosquito se proliferar em suas casas. Caso contrário, se a sociedade civil não se juntar ao Governo, a campanha pode fracassar'', alertou Celeste Rocha.

Adelmaro Cavalcanti insistiu também na necessidade de os prefeitos se engajarem. No momento, tem chamado a atenção da Sesap o número de casos do município de São Miguel, no Oeste Potiguar. Segundo informou, dos 21 mil habitantes, foram notificados 214 casos da dengue clássica e 17 FHD, dos quais um foi a óbito, ainda sem confirmação. A Sesap também divulgou os números de Natal: com 701 casos clássicos, 54 FHD notificados, dos quais 16 já foram confirmados.

Na campanha publicitária, cujo valor é desconhecido pela Sesap, já que foi feito por medida emergencial e foi custeada pelo Gabinete Civil, o mosquito da dengue será colocado com o ``inimigo nº 1'' da população, e toda uma atmosfera de ``crime'' será trabalhada nas peças. De modo a que ele seja procurado e devidamente aniquilado.

Fonte: DN Online