sexta-feira, 11 de abril de 2008

Governo lança "bolsa-geladeira" um mês antes das eleições

O governo planeja iniciar um mês antes das eleições municipais de outubro um programa para trocar 10 milhões de geladeiras de famílias de baixa renda, que poderão usar seu aparelho usado como parte do pagamento, parcelado sem juros. Os refrigeradores terão isenção de impostos federais e a Caixa Econômica Federal vai financiar os postos de troca, que serão redes de varejo de produtos eletroeletrônicos.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, diz se tratar de um programa com viés social, mas com ganhos energéticos porque as geladeiras velhas representam 27% do consumo de eletricidade das famílias mais pobres. "Podemos fazer até depois. Não queremos fazer nenhuma ligação com as eleições. Se chegar a conclusão de que isso pode ter alguma alegação de eleição, nós adiaremos por um mês ou dois".

O custo que o governo terá com esse programa, a quantidade máxima de parcelas para os consumidores e as redes de varejo que trocarão as geladeiras ainda estão sendo definidas. De acordo com o ministro, os aparelhos velhos serão vendidos às metalúrgicas, que deverão reaproveitar o aço.

"Essa é uma idéia do presidente Lula, que está muito interessado e está insistindo inclusive", contou Lobão. Segundo o ministro, a troca de geladeiras velhas por novas também está contando com a colaboração do Ministério da Ação Social, que vai definir qual a faixa de renda das famílias que serão beneficiadas com o programa, já apelidado de "bolsa-geladeira".

A maior complexidade é a chamada logística reversa - ou seja, como será o recolhimento das geladeiras antigas pelas redes de varejo, e sua destinação correta. "Até o final do ano, os papéis deverão estar bem definidos", diz Armando Valle, diretor de relações institucionais da Whirlpool, multinacional dona das marcas Consul e Brastemp.

Segundo Valle, o programa não tem perfil assistencialista e traz ganhos efetivos em economia de energia - as geladeiras que saem da fábrica hoje são 40% mais econômicas do que as fabricadas há cinco anos. "É um programa de eficiência energética. A indústria já faz isso no mundo todo, com resultados positivos comprovados".

Fonte: Tribuna da Imprensa

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