quarta-feira, 28 de maio de 2008

Municípios aumentam gastos em ano eleitoral e afetam superávit

Os municípios aumentaram seus gastos neste ano e reduziram sua contribuição para o superávit primário do setor público (economia para pagar juros e reduzir a dívida). O aumento de gastos das empresas estatais, em especial das federais, também afetou o resultado do superávit primário em abril.

Em abril, o setor público fez uma economia para pagar juros de R$ 18,7 bilhões, abaixo do resultado de R$ 23,46 bilhões no mesmo mês do ano passado. O governo central (Tesouro, Previdência e BC) fez um superávit de R$ 16,9 bilhões, e Estados e municípios, de R$ 2,5 bilhões.

Já as estatais apresentaram déficit de R$ 608 milhões, o pior resultado para meses de abril desde 2003. As federais foram as únicas deficitárias. Em 12 meses, as empresas federais fizeram um superávit de R$ 9,5 bilhões, o pior resultado desde dezembro de 2004.

Segundo o relatório mensal de Política Fiscal, divulgado nesta quarta-feira pelo Banco Central, o esforço de poupança dos municípios ficou em R$ 3,37 bilhões nos últimos 12 meses. No mesmo período imediatamente anterior, estava em R$ 4,1 bilhões.

"Nos municípios, há uma queda [do superávit] a despeito da elevação de receitas. É muito provável, portanto, que a gente tenha aí uma elevação de despesas", disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

Em outras ocasiões, Altamir afirmou que não via efeito das eleições nos números divulgados pelo BC. Dessa vez, afirmou que os dados apontam para uma mudança. Segundo ele, todos os número apresentados nesse ano reforçam essa tese.

Mesmo assim, ele preferiu não polemizar sobre a questão. "Eu não posso afirmar que é por causa das eleições, mas também não posso dizer que a eleição não está tendo efeito", disse.

Apesar desse efeito, o governo fechou o período de 12 meses com um superávit primário de R$ 112,6 bilhões, o equivalente a 4,23% do PIB (Produto Interno Bruto). A meta para 2008 é de 3,8%. O resultado vem sendo garantido, principalmente, pelo aumento da arrecadação de impostos.

Fonte: Folhaonline.com.br

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