terça-feira, 17 de junho de 2008

Dono da A&G diz que nunca tratou de contratos com Lauro Maia

O empresário Anderson Miguel da Silva, um dos 13 acusados na Operação Hígia, alegou que não tem intimidade com o filho da governadora, Lauro Maia, e que nunca tratou de contratos com ele. Mas disse que conhece todos os outros detidos na Operação Hígia. ``Acredito na inocência de todos'', afirmou. Anderson Miguel manterá a posição de pré-candidato à prefeitura de Maxaranguape, sendo o único indicado por seu partido, PSDC.

Segundo Anderson Miguel, a empresa A&G mantém três contratos com a Sesap que faturam mais de R$ 1 milhão. Um deles é no valor de R$ 857 mil para serviços de limpeza e higiene hospitalar na capital, vigente desde maio de 2005. O segundo, no valor de R$ 110 mil e vigente desde junho de 2006, é o da Farmácia Popular, para o qual presta serviço de limpeza, balconista e caixa. Ambos foram licitados. O terceiro contrato, sem licitação pelo caráter emergencial é o da Samu, no valor de R$ 270 mil e vigente desde novembro de 2006. Para este, são prestados serviços de motorista, operador de rádio e de frota, limpeza, telefonista e jardineiro. Todos os contratos continuam vigentes.

Com relação aos preços praticados pela empresa, Anderson Miguel negou que haja superfaturamento. ``É o preço de mercado. Quanto a isso, eu não tenho preocupação nenhuma'', disse ele. Segundo Anderson Miguel, sua mulher, Jane Alves, é funcionária de sua empresa e não proprietária. Segundo o empresário, apenas ele lida com pagamentos. ``Ela não mexe com pagamentos, nem o meu sócio. Apenas eu''.

O empresário Silva informou que não tem conhecimento sobre o teor das denúncias que sua mulher, Jane Alves, fez à Polícia Federal sobre fraudes no processo licitatório de empresas contratadas pela Secretaria Estadual de Saúde e deflagrada durante a Operação Hígia. Anderson é proprietário da empresa A&G, suspeita pela Polícia Federal de fraudar licitações. Jane é funcionária da empresa, chefe do Departamento Pessoal. Ambos foram detidos sexta-feira durante a Operação Hígia, mas já foram liberados.

Anderson Miguel acredita que fraudes sejam comum em processos licitatórios. ``Isso é uma coisa normal. Normal porque acontece. Seja no meu ramo, seja no ramo de engenharia, de gêneros alimentícios, de locação de veículos, de remédio, de material de limpeza, isso tudo existe''. Mas ele negou que tenha ocorrido em sua empresa. ``Dizer que aconteceu aqui, eu acho que não aconteceu''.

O empresário disse que durante seu depoimento à Polícia Federal, que ocorreu no final da tarde de sexta-feira passada, informou que não tem conhecimento sobre as denúncias feitas por sua própria mulher e que não acredita que o esquema tenha ocorrido. ``Pode ser que ela saiba de coisas que eu não sei. Não posso dizer que ela mentiu ou não porque eu não vi. Eu fiquei sabendo da Operação no dia que a operação chegou aqui'', disse. Jane Alves denunciou o esquema de desvio de verba pública quando esteve detida na Superintendência da Polícia Federal em agosto de 2007, por ocasião da Operação União.

Anderson Miguel disse que a ele não foram apresentadas gravações que comprovassem o esquema, durante seu depoimento. Mas informou que sabe que outras pessoas tiveram acesso às gravações. Ele não citou quem ouviu nem o conteúdo do material.

Fonte: DN Online

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