quarta-feira, 30 de julho de 2008

Em depoimentos, defesa tenta provar que desconhecido matou Isabella

Três testemunhas do processo que investiga o assassinato da menina Isabella Nardoni, 5, ocorrido em março passado, prestaram depoimento na tarde desta quarta-feira no fórum de Santana (zona norte de São Paulo). Os depoimentos começaram por volta das 13h45 e terminaram às 15h20.

O primeiro a ser ouvido foi o pedreiro Gabriel Santos Neto, 46, funcionário da obra de fundos do edifício London, onde o crime ocorreu. No depoimento, Santos Neto reafirmou o que havia dito à Polícia Civil --negou ter percebido algum sinal de arrombamento no local no dia seguinte ao crime e disse que nunca deu entrevistas à imprensa dizendo o contrário.

Os advogados do pai e da madrasta de Isabella, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, que estão presos acusados de terem cometido o crime, afirmam que o pedreiro mente e que houve arrombamento no local. Por isso, eles convocaram para prestar depoimento também a enfermeira Christiane de Brito, que mora ao lado da obra em que Santos Neto trabalha. Ela disse que, na noite do crime, ouviu uma pancada que deduziu ter vindo da obra.

O fato de ter havido arrombamento é importante porque, se comprovado, corrobora a tese da defesa --de que uma terceira pessoa pode ter invadido o apartamento e matado Isabella.

O último a falar foi Jéferson Freiche, morador do edifício London. Ele disse que, na noite do crime, desceu ao térreo depois de ouvir gritos e viu Isabella caída no jardim. Ele afirma que percebeu o irmão da menina chorando perto dela e que o pegou no colo. Freiche afirma que, quando ouviu gritos de que havia um ladrão no apartamento da família, questionou o menino se isso era verdade, e ele negou.

Freiche conta que, quando os avós do menino chegaram, ele ficou transtornado ao ver a avó chorando. Ele disse ainda que, antes de deixar o menino com a mãe, perguntou se ele havia visto a irmã cair e ouviu ele dizer que Isabella queria "ver a lua", "ver a casa".

"É um relato feito por uma criança a uma testemunha que reproduziu isso ao juiz. Será considerado em um contexto bastante amplo", disse o promotor Francisco Cembranelli.

Fonte: Folha Online

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