segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Garibaldi vai se reunir com Lula para cobrar medidas "enérgicas" contra grampo

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), vai se reunir nesta segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para cobrar explicações sobre o suposto grampo realizado pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em seu gabinete e no de outras autoridades dos três Poderes, como o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes. Garibaldi disse que Lula deve tomar medidas "enérgicas" para apurar a denúncia.

"Eu vou pedir ao presidente para que tome providências em relação a este fato. Vou ouvir o que o presidente tem a dizer, pois consideramos esse fato de extrema gravidade. Deve ser uma medida enérgica, mas não vou propor ao presidente o que deve fazer", afirmou.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que teve uma conversa com Mendes flagrada por um grampo telefônico supostamente executado pela Abin, vai acompanhar Garibaldi na audiência com Lula.

O presidente do Senado disse que a Abin está "claramente extrapolando suas funções" ao realizar grampos clandestinos nos três poderes. O senador disse que as palavras do diretor-geral da agência, Paulo Lacerda, reveladas durante depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, estão sendo colocadas "em dúvida" diante das novas denúncias de escutas ilegais. "Ele não foi claro em dizer que não cabe à Abin grampear telefone de ninguém", disse.

O senador não descarta determinar a realização de varredura nas dependências do Senado para investigar a existência de grampos na Casa Legislativa. Segundo reportagem da revista "Veja", vários senadores estariam entre os supostamente grampeados pela Abin --o que abre brechas para que os grampos tenham sido colocados nos telefones do Senado.

Garibaldi disse, porém, que prefere esperar primeiro as explicações de Lula antes de decidir as medidas que serão adotadas.

Fonte: Folha Online

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