quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Mantega: se crise chegar ao Brasil, será em 2009

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou nesta terça-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, apesar da crise nos Estados Unidos, que provocou a quebra do banco Lehman Brothers, o crescimento econômico para 2008 está garantido. Ele ressalvou, no entanto, que em 2009 o Brasil pode amargar "alguma sinalização" da crise americana.

Mantega disse que se houver alguma sinalização, será em 2009, segundo o relato do ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. A reunião semanal de Coordenação Política, quando o presidente discute os principais assuntos que preocupam o governo, foi destinada quase em sua totalidade à situação por que passa os Estados Unidos. Nesta segunda-feira os mercados globais tiveram o pior dia desde os atentados de 11 de setembro de 2001, com a Bovespa em forte queda de 7,59%. Nesta terça, o Ibovespa subiu 1,68%, aos 49.228 pontos.

Múcio não soube explicar que "sinalização" o Brasil poderia ter no próximo ano, mas observou que o presidente Lula disse que pretende conversar semanalmente com a equipe econômica sobre a crise, para monitorar os possíveis impactos para o País. Uma reunião com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deve ser agendada para os próximos dias. Uma avaliação interna de auxiliares do presidente é de que a atual crise é mais profunda que as expectativas iniciais.

Ao relatar as discussões do governo sobre a crise americana, Múcio ressaltou que o governo não tinha noção da gravidade do problema, mas disse que o Brasil, por ter diversificado seus parceiros comerciais, tem condições de enfrentar bem a oscilação das bolsas. Na exposição que o ministro da Fazenda fez aos demais integrantes do governo, o nível de dependência comercial do Brasil em relação aos Estados Unidos foi apontado como 15%, ou cerca de US$ 40 bilhões.

"O ministro Mantega disse que no momento (a crise) não nos atinge, mas (estamos) longe de imaginar que a gente pode ser feliz sozinho", declarou o coordenador político do governo. "Se estávamos atentos, temos que ficar mais atentos", completou Múcio relatando a exposição de Mantega.

Fonte: Redação Terra

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