quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Nordeste tem mais da metade dos analfabetos, diz IBGE

Em 2007, o Brasil tinha 14,1 milhões de analfabetos, de 15 anos ou mais de idade, o que corresponde a uma taxa de 10% da população. A distribuição é desigual no país e a região Nordeste concentra 52% desse grupo. Os números fazem parte da pesquisa "Síntese dos Indicadores Sociais", do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (24).

O estudo indica que a Região Nordeste conseguiu avanços no ensino nos últimos dez anos, mas a taxa de analfabetismo (20,0%) ainda é o dobro da média do Brasil, significando que mais de 7,4 milhões de nordestinos viviam sem saber ler e escrever. Na mesma região, 1,3 milhões de crianças de 7 a 14 anos não são letradas. No Sudeste, nessa faixa etária, são 460 mil pessoas nessa situação.

Em todo o país, por grupos etários, 40,1% dos analfabetos têm mais de 60 anos de idade; e 36,5% têm de 20 a 59 anos. Desde 1997, a taxa de analfabetismo caiu 4,7 pontos percentuais. O rendimento familiar também é importante na questão do analfabetismo. No conjunto da população que vive com até meio salário mínimo de rendimento familiar per capita, cerca de 18% eram analfabetos em 2007, enquanto nas classes de rendimentos superiores a dois salários mínimos, encontravam-se apenas 1,4% de analfabetos.

Além disso, o analfabetismo está relacionado às áreas rurais. A taxa de iletrados no campo é três vezes maior que a taxa das cidades (23,3% e 7,6%, respectivamente). A pesquisadora Ana Lúcia Sabóia, gerente de Indicadores Sociais do IBGE, diz que a educação vem avançando no país, mas ainda há muito o que fazer.

Comparação com países em desenvolvimento

Segundo o relatório, avaliações internacionais indicam que o nível médio do desempenho escolar de alunos brasileiros está próximo ao de vários países latino-americanos, mas bem abaixo dos observados em países desenvolvidos.

Na comparação com países emergentes, que fazem parte do grupo Brasil, Rússia, Índia, China, e África do Sul (Brics), a taxa de analfabetismo brasileira é semelhante à registrada na África do Sul. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco), os dois países apresentam taxa de analfabetismo, para pessoas de 15 anos ou mais, de 10% e 12%, respectivamente.

Fonte: G1

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