Após uma hora de discussão sobre os problemas da segurança pública em relação aos prisioneiros nas delegacias, o corregedor de Justiça, desembargador Cristóvam Praxedes, o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, delegado de Polícia Federal Agripino Oliveira Neto, os juízes criminais da capital e juízes de execução penal de todos os municípios onde funcionam presídios, como Pau dos Ferros, Caicó, Mossoró, Nísia Floresta e Parnamirim, chegaram a conclusão de que é necessário se reunir com a governadora Wilma de Farias para expor detalhadamente toda a situação por eles enfrentadas, para só assim chegar a uma solução.
Para dar uma noção da gravidade da situação o secretário revelou que os mandados de prisão para pais que não pagam pensão alimentícia não estando sendo cumpridos em razão da superlotação das delegacias. De acordo com ele muitos processos estão parados, prejudicando assim a conclusão dos mesmos.
Durante a reunião Agripino questionou como os juízes podem contribuir para diminuir o número de presos nas delegacias. Ele foi enfático ao afirmar que a situação é crítica e que lugar de preso não é na delegacia, e sim em presídios. Agripino disse ainda que os policiais civis não estão cumprindo sua real função, que é de investigar, estão na verdade tomando conta de presos e segundo ele isso não pode continuar. Como sugestão, solicitou aos juízes presentes que examinassem os processos e vissem quais os presos podem receber pena alternativa, por exemplo.
O secretário comentou existir outros problemas na segurança, contudo o da superlotação nas delegacias é o mais sério em sua opinião. De acordo com ele existem 1.600 presos nas delegacias do Estado, quando não deveria ter nenhum. Só este ano aconteceram 40 fugas e a previsão é de que elas continuem a acontecer devido a superlotação.
Fonte: Diário de Natal
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