quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Contra crise, governo libera mais R$ 19 bi em linhas de crédito para empresas

O ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou nesta quinta-feira, durante reunião do chamado Conselhão (o CDES, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), uma série de novas medidas que, juntas, disponibilizam R$ 19 bilhões em linhas de crédito para diversos setores via BNDES (banco estatal de investimento) e Banco do Brasil. A retração do crédito é o principal efeito da crise financeira no Brasil. O ministro confirmou ainda o adiamento no prazo de pagamento de alguns tributos para elevar o capital de giro do setor produtivo.

Durante seu discurso, Mantega avaliou ainda que, desde o fim de outubro, os mercados mundiais entraram no que ele chamou de momento de "calmaria". "A boa notícia é que o pior da crise está passando e já há sinais de arrefecimento."

O anúncio com valor mais alto refere-se ao BNDES, que terá mais R$ 10 bilhões para financiar o capital de giro de empresas e para empréstimos em linhas de exportação pré-embarque --ou seja, os valores serão usados para permitir as vendas externas. Em outubro, o governo já tinha liberado R$ 5 bilhões.

Outros R$ 5 bilhões, provenientes do BB (Banco do Brasil), serão usados para abrir uma linha de crédito para capital de giro de pequenas e médias empresas.

Como já era esperado, Mantega confirmou R$ 4 bilhões, também do BB, para ajudar os bancos de montadoras a elevar o crédito aos consumidores. Em seu discurso, Mantega afirmou que o dinheiro é suficiente para garantir as vendas nos meses de novembro e dezembro --após esse período, o ministro disse esperar uma normalização do crédito nesse setor.

Segundo dados de hoje da Anfavea, tanto a produção de veículos como as vendas caíram em outubro, seja na comparação com setembro ou na relação com outubro do ano passado.

O presidente do banco, Antônio Francisco de Lima Neto, afirmou que só nesta semana já vai liberar R$ 1 bilhão. "Como as montadora têm uma fonte de captação importante no crédito interbancário, quando ele secou, eles tiveram que reduzir os prazos de financiamentos. Com a volta do interbancário, é natural que se volte a ter uma melhor acomodação dos prazos", avaliou.

De acordo com o presidente do BB, o montante disponibilizado para as montadoras é suficiente para "quebrar a inércia" que se instalou em relação a prazos e volumes de crédito e aquecer o mercado.

Fonte: Folha Online

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