O acidente com o Airbus da TAM, em 17 de julho, mudou o rumo das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados aberta em maio. Os deputados tem até o fim do mês para concluir os trabalhos.
Por conta do acidente, o relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), já adiantou que pedirá a prorrogação dos trabalhos. Regimentalmente, a CPI pode ser prorrogada em até 60 dias. Quando criada, o objetivo era investigar o acidente com o Boeing da GOL, em setembro do ano passado; a infra-estrutura aeroportuária; o sistema de controle do tráfego aéreo eo novo marco regulatório para o setor.
Por causa do acidente em Congonhas (SP), os parlamentares centraram os trabalhos nas causas e responsabilidades pela morte de 199 pessoas. "Até o final de agosto, o relatório sobre o acidente com o avião da TAM será apresentado", acredita o relator. Ele acrescentou que as investigações estão adiantadas por conta de um apoio técnico que a Aeronáutica deu aos parlamentares.
Só que, segundo Maia, na última semana a Aeronáutica recuou neste apoio. "Estou um pouco preocupado com a atitude adotada pela Aeronáutica. Me decepcionou o comportamento dos militares, principalmente com a vinda do chefe da investigação, coronel Camargo".
O relator informou que, por conta dessa atitude e também para dar celeridade aos trabalhos de investigação, a CPI está contratando um especialista da área aeronáutica para ajudar a decifrar os dados contidos nas caixas-pretas da aeronave. Na semana passada, os deputados apresentaram à imprensa o conteúdo dos últimos diálogos dos pilotos do vôo 3054, apesar de pedido de sigilo feito pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa).
O Senado também abriu, no primeiro semestre, uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o Apagão Aéreo. O objeto da investigação tem três pontos: o acidente com o Boeing da Gol; a crise aérea nos aeroportos; e a suposta corrupção na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). O relator da comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO), admitiu que a CPI investigará o acidente com a aeronave da TAM, mas ressaltou que a linha de investigação será mantida nesses três pontos.
Fonte: Portal Uai
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