sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Mais uma criança morre devido a falta de UTI neonatal na região

A falta de uma UTI neonatal em Mossoró segue fazendo vítimas. Na noite da última quarta-feira, 29, um bebê de apenas dez dias de vida morreu na pediatria do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), vítima de insuficiência respiratória.

O hospital, que não tem o setor de neonatologia nem sequer incubadora, não pôde fazer muita coisa na tentativa de reverter o quadro que acometeu a criança que veio de Apodi.

De acordo com a médica pediatra Gisele Morais, que realizou o acompanhamento do bebê por algumas horas no Tarcísio Maia, a presença da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal teria feito toda a diferença. "O quadro apresentado pela criança era extremamente grave e elevado, mas que poderia, sim, ter sido revertido caso ela tivesse sido levada para um leito de UTI neonatal", esclarece a pediatra.

Ainda segundo a médica, diante do quadro de instabilidade apresentado, não havia a possibilidade de realizar uma transferência para hospitais de Natal que dispõem da UTI. Muito provavelmente o bebê não resistiria à viagem até a capital.

Diante da falta de equipamentos necessários a um atendimento mais eficiente à criança, a equipe médica que prestava assistência ainda tentou uma transferência interna para a UTI adulta. A tentativa foi frustrada, mediante o quadro de superlotação registrado naquele setor.

"Nós queríamos transferir a criança para a UTI adulta, já que não tem a infantil. Mas todos os leitos estavam lotados", salienta Gisele Morais.

UTI NEONATAL EM APODI

O recém-nascido não precisaria ter sido deslocado para Mossoró, caso os equipamentos para a UTI neonatal existentes em Apodi estivessem sendo utilizados. Desde 2001 eles foram enviados à cidade, mas até hoje nunca foram utilizados. O fato levou a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão a recomendar o envio das máquinas para a Maternidade Escola Januário Cicco, em Natal.

Fonte: De Fato

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