O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) abertura de inquérito para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O pedido do procurador diz respeito a todas as denúncias contra Renan.
Com a autorização do Supremo, o senador, que tem foro privilegiado, será investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. A Procuradoria deve receber do Conselho de Ética do Senado os documentos apresentados pelo peemedebista.
Por iniciativa do PSOL, o presidente do Senado já está sendo investigado pelo Conselho de Ética da Casa por supostamente ter utilizado recursos da empresa Mendes Júnior, via lobista, para pagar despesas pessoais como pensão alimentícia e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento.
Em nova representação, o partido pediu ao Conselho de Ética para investigar Renan também por supostamente beneficiar a empresa Schincariol em negociações com o INSS --além das acusações de que ele teria grilado terras em Alagoas numa parceria com o irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL).
A Schincariol comprou uma fábrica do irmão de Renan, em Murici (AL), por um preço acima da média do mercado. O senador é acusado de, meses depois, ter atuado junto ao INSS para beneficiar a empresa para reverter dívidas fiscais.
DEM
O DEM deve ingressar nesta semana com nova representação contra Renan, no Conselho de Ética da Casa, para investigar as novas denúncias de que ele teria utilizado laranjas para a compra do grupo de comunicação.
O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), vai reunir a bancada do partido amanhã para definir se ingressará com nova representação contra Renan ou se solicitará aditamento ao processo que já tramita no conselho.
Segundo reportagem publicada pela revista "Veja", Renan seria sócio oculto de uma empresa de comunicação em Alagoas. O senador teria usado laranjas e pago R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo, parte em dólares, para virar sócio de duas emissoras de rádio no Estado, que valem cerca de R$ 2,5 milhões.
Ainda de acordo com a reportagem, o peemedebista, até dois anos atrás, também foi sócio de um jornal diário cujo valor é de R$ 3 milhões. Em 1999, Renan teria procurado o usineiro João Lyra para conseguir os recursos necessários para a compra --com intermediários 'laranjas' na negociação.
Lyra foi candidato derrotado ao governo de Alagoas em 2006, mas não recebeu o apoio de Renan --que declarou oficialmente apoiar a candidatura do atual governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).
Com o racha, interlocutores do presidente do Senado atribuem as novas denúncias ao empresário. Por este motivo, Renan disse acreditar que as disputas locais tenham provocado a revelação das denúncias sobre a compra do grupo de comunicação.
Outro lado
Renan considerou como uma "disputa paroquial" de Alagoas a revelação de que teria utilizado laranjas para se tornar sócio de uma empresa de comunicação no Estado.
O senador disse a interlocutores que a nova denúncia é mais um capítulo de disputas eleitorais em Alagoas que ganharam força desde a semana passada --quando o PSOL apresentou à Mesa Diretora do Senado nova representação contra o senador para investigar denúncia de que teria beneficiado a empresa Schincariol.
O peemedebista ainda não se manifestou oficialmente sobre as denúncias. A Folha Online apurou que, para aliados, o senador disse considerar que as novas denúncias têm ligação com o atual quadro político de seu Estado.
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