domingo, 23 de setembro de 2007

Grandes redes de lojas preferem contratar jovens

Segundo o Sindicato dos Comerciários, as grandes redes de lojas de departamentos preferem funcionários jovens, com idade entre 18 e 25 anos. “É comum ir a essas lojas e se deparar com pessoas bem novas trabalhando. Para muitos é o primeiro emprego”, disse Eduardo Martins, presidente do sindicato. Já os supermercados optam por empregar pessoas com uma faixa etária entre 20 e 30 anos. Pessoas com mais de 35 anos encontram espaço em lojas menores, fora de grandes shoppings. “Os donos de lojas menores do Centro e do Alecrim, por exemplo, preferem os mais experientes”.

O comércio do Rio Grande do Norte exige pessoas com pelo menos o segundo grau completo. “Muitas vezes são universitários”, conta Eduardo Martins. Ele fala também da discriminação e preferência por pessoas “de boa aparência”. “Isso não é feito às claras, mas basta circular pelas lojas e você não vai ver gente com má aparência. Os negros geralmente estão na parte de estoque ou lá dentro. Quase nunca estão na frente, no atendimento ao público”.

Segundo o diretor financeiro do Sindicato dos Empregados em Supermercados, Olinto Teonácio, o grande problema é que esses jovens começam a trabalhar no ritmo estressante dessas lojas e logo apresentam problemas como LER ou estafa. “Pessoas novas com cinco anos de trabalho estão apresentando casos sérios de LER. Esses jovens estão apenas começando sua vida de trabalho. Antes pessoas que apresentavam LER tinham 20 anos de trabalho, agora não chegam a seis”, diz.

Olinto Teonácio acusa as empresas também de dificultar a negociação de folgas. “Os empregados trabalham mais que o horário e na hora de negociar as folgas ganhas com essas horas extras (que não são pagas) eles não conseguem”. De acordo com ele, a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) permite que o funcionário trabalhe por no máximo oito horas diárias. Mas muitas vezes os trabalhadores fazem horas extras, sem receber por isso. “Essas horas são transformadas em horas de folga, que deveriam ser negociadas de acordo com a conveniência da loja e do empregado. O que ocorre é apenas a conveniência da loja. Muitas vezes o dia de folga não é conveniente ao trabalhador”.

Fonte: Tribuna do Norte

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