quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Renda dos trabalhadores cai pelo 3º mês seguido, diz Dieese-Seade

A queda da renda dos trabalhadores nas seis regiões metropolitanas do país --Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo-- pelo terceiro mês consecutivo em julho, ante junho, indica a criação de postos de trabalhos de baixa qualidade, aliada à eliminação das vagas de maiores salários e à elevada taxa de rotatividade nas empresas.

A avaliação é da Fundação Seade e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que nesta quarta-feira divulgaram taxa de desemprego praticamente estável em 15,6% em agosto, ante os 15,7% em julho, nas seis regiões metropolitanas.

Ainda que a taxa de desemprego tenha se mantido praticamente estável no conjunto das regiões, o rendimento médio real dos ocupados caiu 0,9% entre junho e julho deste ano e o de assalariados recuou 1,1% -- aos R$ 1.043% e R$ 1.114, respectivamente.

"A queda no rendimento pelo terceiro mês seguido é uma indício de que a rotatividade é muito alta e que não se estão gerando bons empregos. E essa pode ser uma característica muito típica das regiões metropolitanas, já que os investimentos na indústria estão ocorrendo principalmente no interior do país", disse o coordenador técnico da equipe de análise da Fundação Seade, Alexandre Loloian.

"As regiões metropolitanas estão paradas, com concentração de atividades na área de serviços, que não está deslanchando e que não tem investido em inovação."

Segundo Loloian, o aumento de postos de trabalho sem carteira assinada também é um reflexo de insegurança do empresariado na economia. No total das seis regiões, o número de ocupados sem carteira assinada cresceu 2,5% em agosto ante julho, e o de com carteira assinada teve leve alta de 0,2% em igual comparação.

Em São Paulo, especificamente, o número de trabalhadores sem carteira em agosto cresceu 4,2% em relação a julho, e o de com carteira, caiu 0,2% no mesmo período.

"O resultado mensal destoa do que vem ocorrendo ao longo do ano, mas mostra insegurança do empregador. Em momento de instabilidade do mercado de trabalho, o empregador contrata sem registro em carteira", avaliou Loloian.

Fonte: Folha Online

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