quarta-feira, 19 de setembro de 2007

RN lidera pesquisa de biodiesel

Depois de anos adormecida, a cultura do algodão no Rio Grande do Norte poderá encontrar no biodiesel o caminho para sua tão sonhada retomada. É o que estimam os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), que enxergam na produção do combustível a partir do caroço a saída para valorizar o produto e aumentar os ganhos do agricultor familiar.

A expectativa é que a dificuldade de comercialização que eles vêm encontrando e que é apontada como freio ao desenvolvimento da atividade seja suprida com a venda do óleo, extraído do caroço. ‘‘A praga do bicudo contribuiu, mas o que acabou a atividade no estado foi o aspecto comercial. A estrtura comercial deixou de existir. Agora é preciso mostrar aos agricultores que há mercado, não só para a fibra, mas também para os subprodutos que são a torta (para alimentação de animais) e o óleo (extraído do caroço)’’, frisa o pesquisador, Aldo Arnaldo de Medeiros.

De acordo com ele, a produtividade baixa e a isenção do imposto de importação para a indústria têxtil, que deixou de comprar a fibra do produto aqui, para ir buscar em outros estados mais barata, ajudaram a enterrar a cultura no passado. Hoje, diante de um cenário negativo, com a área cultivada e a produção puxadas para baixo pelas incertezas de comercialização do produto, a expectativa é que a atividade renasça na esteira do biodiesel, não porque traga mais vantagens que outras oleaginosas, mas pela possibilidade de agregar valor à produção.

Ao invés de subutilizarem o óleo, antes usado basicamente na alimentação, os agricultores ganhariam a opção de comercializar a matéria-prima para a fabricação do combustível.

Uma barreira que poderia ser encontrada nesse sentido é o teor de óleo existente na semente, em torno de 15% e inferior à registrada nas demais oleaginosas. Na mamona e no girassol, já exploradas com o foco no biodiesel, no estado, o percentual chega, respectivamente, a 50% e a 48%. ‘‘Mas a grande questão não é essa. É a possibilidade de valorizar o subproduto, antes sub-utilizado’’, argumenta ainda Medeiros.

E acrescenta que pesquisadores de todo o país têm buscado maneiras de aumentar a produção. No Rio Grande do Norte o trabalho vem sendo desenvolvido pela Embrapa em parceria com a Emparn, mas deve demorar entre quatro e cinco anos para chegar a resultados satisfatórios, segundo estima.

Fonte: Diário de Natal

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