sexta-feira, 12 de outubro de 2007

A cada dez presidiários mortos, três foram assassinados

Informações enviadas pelas secretarias estaduais ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) no último ano e meio mostram que três em cada dez presos mortos no País foram assassinados, seja em ações planejadas, brigas, acerto de contas, confrontos de facções ou rebeliões. Houve 651 mortes no primeiro semestre de 2007, sendo 208 (32%) classificadas nas estatísticas como "criminais".

Em 2006, houve 1018 mortes nos presídios, 340 delas (33,4%) "criminais". Ao contrário do número de fugas comunicado em 2006 pelas secretarias, que pode ter sido subavaliado, o número de mortes de presos do ano passado já faz parte da série histórica que começa a ser organizada pelo Depen.

A proporção de mortes por homicídio entre os presos é seis vezes maior que na população em geral. Em 2005, foram registrados 980.197 óbitos no País, sendo 47.300 (4,8%) por homicídio.

Para o diretor-geral do Depen, Maurício Kuehne, o "número despropositado" de mortes criminais entre os presos é conseqüência da combinação de dois fatores: superlotação e falta de pessoal. "Mortes por causa de brigas, por exemplo, são passíveis de ocorrer, mas não nesta proporção. Para diminuírem essas mortes, é preciso que cada presídio tenha número adequado de presos e aparato compatível", diz o diretor.

Segundo Maurício, a superlotação acaba levando à convivência de presos de quadrilhas rivais no mesmo presídio e, por outro lado, não há número suficiente de carcereiros capaz de controlar os confrontos entre os detentos.

Fonte: Agência Estado

Nenhum comentário: