domingo, 14 de outubro de 2007

Rio Grande do Norte tem 15 mil foragidos

Com uma estrutura composta por 13 policiais civis, uma escrivã, delegado, e apenas uma viatura, a Delegacia Especializada em Capturas (DECAP) do Rio Grande do Norte tem como meta a cumprir, aproximadamente, 15 mil mandados de prisões.

É esse o número de ordens de prisões emitidas pela Justiça potiguar que estão em aberto e que nunca foram executadas. O delegado Antônio Teixeira dos Santos Júnior que assumiu a Decap há pouco mais de quatro meses afirma que nesse período pouco mudou. "Mas, apesar de todas as dificuldades, nós já conseguimos prender cerca de 30 foragidos", destaca.

Em média, 40 novos mandados são encaminhados à delegacia a cada dia. De acordo com Teixeira Junior, esses são somados aos outros 15 mil que estão engavetados, alguns com mais de vinte anos e que perderam a validade, "então, fica difícil 15 pessoas conseguir realizar essa tarefa", afirma o delegado.

O maior problema enfrentado pela Delegacia Especializada em Capturas é que, além de ter que executar esses mandados, ela também é responsável pelo cadastramento de todas as pessoas desaparecidas na Grande Natal, o que sobrecarrega os servidores.

Para complicar ainda mais, compete aos agentes da Decap o papel de coordenar a Polinter, que é agregada à delegacia e funciona como banco de dados das pessoas fichadas pela polícia. "Quando alguém é preso em qualquer área do estado, os policiais ligam para Polinter e solicitam a ficha do acusado", explica.

Além disso, é serviço da delegacia atualizar o Infoseg, programa da Secretária Nacional de Segurança Pública, que armazena informações sobre justiça e segurança de todo o Brasil. O Infoseg funciona como uma Polinter só que a nível nacional, e o sistema é feito por meio da internet.

De acordo com o delegado Teixeira Júnior, "uma dos objetivos da equipe é, justamente, atualizar esse sistema. Para isso, foram solicitadas ao Tribunal de Justiça cópias de todos os mandados de prisão expedidos em Natal e no interior do Estado". Por meio do Infoseg a polícia de Minas Gerais, por exemplo, pode reconhecer uma pessoa que tenha ordem de prisão no Rio Grande do Norte.

Para evitar que novos mandados se acumulem nos armários da Decap, o titular da delegacia montou um plano de trabalho, no qual dá preferência aos mais recentes e aos casos em que os procurados são considerados de alta periculosidade.

Quando assumiu, o delegado Teixeira Júnior recebeu a notícia de que a sede da Especializada em Capturas mudaria de local. Atualmente, o órgão está localizado na Ribeira, próximo ao Itep, mas a nova estrutura da Decap ainda não foi definida.

No entanto, o delegado acredita que em breve a mudança ocorrerá e "com isso, o órgão ganhará uma estrutura maior, com mais computadores, o que permitirá uma alimentação mais rápida do sistema Infoseg", completou.

Fonte: Gazeta do Oeste

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