quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Sem ônibus, alunos usam pau-de-arara

Com a suspensão do transporte escolar para a zona rural de Mossoró, que teve início ontem, boa parte dos estudantes da rede estadual de ensino voltou a utilizar o transporte alternativo e irregular conhecido como pau-de-arara, para chegar às escolas.

A operação é proibida pelo artigo 230, inciso 2º do Código Nacional de Trânsito, por oferecer risco à vida do passageiro transportado em compartimento de carga.

A estudante Jaciane Lopes, 18, que mora na localidade de Alagoinha e cursa a terceira série do ensino médio na Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho, tem conhecimento dos riscos que a locomoção por meio de pau-de-arara oferece. Mas diz que não pode deixar de ir à escola. Está no período de provas. "A gente não tem segurança de nada. Mas não tem outro transporte para vir. Não posso perder as provas, pois vai prejudicar na frente. Quero terminar para fazer o vestibular", argumenta a jovem.

Além de Jaciane, cerca de outros dez estudantes se encontravam em uma parada localizada na Avenida Abel Coelho, no Abolição II. Com a chegada do pau-de-arara - já com as acomodações de madeira ocupadas - os estudantes tiveram de seguir a viagem em pé. "A gente não tem o que fazer. Se quer vir para a escola, tem que ser assim", enfatiza Jaciane Lopes.

O motorista do veículo, que preferiu não se identificar, reconhece a irregularidade do transporte, mas afirma que trabalha dessa forma há onze anos. "Sinceramente, já estou para dizer a eles (estudantes) que não dá mais para trazer. Mas eles querem entrar no céu à força, e não tem outra maneira de ir para a escola", defende-se o motorista.

Ao tomar conhecimento da ocorrência, o capitão Gomes, comandante da Polícia Rodoviária Estadual, afirmou que, a partir de hoje, inicia uma fiscalização para coibir a pratica. "Não existe uma fiscalização só para isso, que é grave. Mas vamos tomar as providências necessárias para não permitir que mais pessoas sejam transportadas em carrocerias", declara o comandante.

Fonte: De Fato

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