terça-feira, 27 de novembro de 2007

86 aguardam cirurgia pelo SUS

O caos nos serviços de saúde pública no Rio Grande do Norte é generalizado. Se na região de Mossoró faltam UTIs neonatais para salvar as crianças que nascem prematuras, na região da Grande Natal não existe estrutura pública para atender pacientes na área de neurologia (traumatismo craniano) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). E o motivo é meramente burocrático.

No Rio Grande do Norte, o Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal, é o único que tem a estrutura pública adequada e especialistas médicos treinados para esse tipo de tratamento médico. Entretanto, não dispõe de credenciamento junto ao Ministério da Saúde para fazer as cirurgias e exames.Como conseqüência, 86 pacientes de Natal e de vários municípios do interior do Rio Grande do Norte, que estão internados em estado grave, aguardam cirurgia neurológica pelo SUS. E, ainda, 451 crianças aguardam exames de ressonância magnética e outras 540 crianças, também de todas as regiões do Estado, aguardam tomografia custeada pelo SUS na mesma unidade hospitalar.

A situação é grave e vem se agravando nos últimos meses, com a falta de investimentos por parte do Governo do Estado na estrutura de saúde pública nos hospitais regionais do interior do Estado, o que fez aumentar substancialmente a 'fila' de pacientes aguardando cirurgias e exames complexos no Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal.

Nos hospitais regionais a situação é precária, quando se trata de atendimento neurológico. Em Assu, não existe qualquer atendimento. O mesmo em Pau dos Ferros e Caicó. Em Mossoró, tem o profissional neurologista, mas falta o equipamento adequado para cirurgias e exames mais complexos. A solução é recorrer aos hospitais privados da capital ou o Onofre Lopes, transferindo os pacientes em ambulâncias UTIs.

No entanto, segundo a diretora administrativa Vilmar de Oliveira Fernandes, o Hospital Universitário Onofre Lopes dispõe de profissionais treinados, equipamentos adequados, mas falta o credenciamento junto ao Sistema Único de Saúde, do Ministério da Saúde, para fazer as cirurgias e exames nas crianças.

Conforme Vilmar de Oliveira, o credenciamento só pode ser solicitado, junto ao Ministério da Saúde, do Governo Federal, pela Secretaria de Saúde Pública do Governo do Estado. Um procedimento meramente burocrático.

Familiares dos pacientes que estão nas filas já denunciaram o fato no Ministério Público Estadual.

Fonte: De Fato

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