quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Por três assinaturas, CPI do Corinthians é arquivada

O deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), que preside a sessão de hoje (8) no Congresso, anunciou há pouco o arquivamento da CPI do Corinthians, alegando que os autores do requerimento para abertura da comissão não haviam conseguido o número mínimo de assinaturas necessárias para a instalação.

O deputado Silvio Torres (PSDB-SP), um dos autores do requerimento pelo a abertura da CPI, conseguiu coletar apenas 168 assinaturas dos colegas, sendo que o necessário seria 171. Entre os senadores, seriam necessários 27 signatários (nesse caso, o número de assinaturas de adesão obtidas, 40, seria suficiente).

"É triste ver uma CPI morrendo ainda no nascedouro", lamentou Silvio Torres, que durante toda a manhã buscou novas assinaturas para a instalação da CPI.

O deputado criticou firmemente a atuação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no episódio. Para ele, o poder conferido a Ricardo Teixeira com a escolha do Brasil como país-sede da Copa de 2014 foi determinante para a retirada das assinaturas de apoio - o dirigente estaria pressionando governadores, sob a ameaça de excluí-los da disputa de ter jogos da Copa realizados em seus estados, a interceder junto a parlamentares de seus partidos a não apoiar a CPI. (leia mais)

"O Congresso vai blindar por sete anos as pessoas que deveriam ser investigadas? Vamos ficar reféns do Ricardo Teixeira e da CBF até a Copa?", indignou-se o deputado, que apontou ainda a influência da instituição junto ao Parlamento. "É muito difícil lutar contra um grupo tão poderoso."

CPI no Senado

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) saiu em defesa de Silvio Torres, e manifestou seu descontentamento com a derrubada da CPI. "São acontecimentos como esse que deixam o Congresso enxovalhado", desabafou. O tucano também comentou a possibilidade de o Senado abrir uma comissão simples para investigar a parceria entre o clube paulista e a empresa MSI - que, segundo investigações em curso na Polícia Federal e no Ministério Público, teria infringido o sistema financeiro nacional.

"Existe a possibilidade, mas temos de analisar bem os fatos antes de tudo. Temos de ver se há disponibilidade dos senadores. Não queremos uma CPI para ser notícia, queremos fazer um trabalho fundamentado. Investigar expõe muito as pessoas, é complicado", disse Alvaro Dia ao Congresso em Foco. "Não descarto [uma CPI do Corinthians no Senado], mas não posso assumir esse compromisso precipitadamente."

Fonte: Congressoemfoco.com.br

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