quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

RN é o 5º em mortalidade infantil

O Rio Grande do Norte, mesmo com uma significativa queda na taxa mortalidade infantil (menores de um ano) entre 1991 e 2006, tem o quinto pior índice do Brasil. O estado evolui de 72,1 para 36,1 no número mortos para cada grupo mil crianças com menos de um ano. Mas está na frente apenas de Alagoas (51,9), Maranhão (40,7), Pernambuco (39,8) e Paraíba (39,4). As informações são do relatório Situação Mundial da Infância 2008 - Sobrevivência Infantil, divulgado nesta terça-feira pelo Unicef, agência das Nações Unidas para a infância.

O avanço potiguar na luta contra a mortalidade infantil segue uma tendência nacional. Todos os estados brasileiros melhoraram os seus índices, mas as disparidades regionais persistem. As regiões Nordeste e Norte têm o pior desempenho. Na média, o Nordeste 36,9 mortes para cada grupo de mil nascidos, enquanto a região Norte teve 24,9 mortes. O Centro-Oeste ficou com 19,5, a região Sul com 16,7 e o Sudeste ficou com a melhor média: 16,7 mortos para cada grupo de mil crianças nascidas.

No índice de mortalidade inferior a cinco anos, a melhora do Rio Grande do Norte foi ainda mais expressiva. A taxa de mortalidade entre menores de cinco anos de idade foi de 96,6 em 1991. Já em 2006 o número foi para 44,7, uma redução de mais de 50 pontos percentuais.

No que diz respeito ao desenvolvimento infantil, o índice potiguar subiu de 0,572 em 1991 para 0,670 em 2006, o 15º do país. Quanto mais próximo este número se aproxima de 1, melhor a qualidade de vida.

O Brasil melhorou 27 posições no ranking da taxa de mortalidade na infância (menores de 5 anos). O relatório avalia a situação geral da primeira infância (crianças de até 6 anos de idade) em 194 países. O Brasil é um dos 60 países selecionados para a contagem regressiva para 2015 - quando se pretende atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio -, como prioritários no combate à mortalidade na infância.

Apesar de a taxa de mortalidade de menores de 5 anos estar bem abaixo da média mundial (que é de 72 mortes para cada mil nascidos vivos), o país entrou nesse grupo devido ao número absoluto de óbitos. De acordo com o relatório, em 2006, 74 mil crianças morreram no Brasil antes do quinto aniversário.

Aproximadamente 66% das mortes acontecem no primeiro mês de vida, sendo 51% na primeira semana. Nascimento prematuro, asfixia durante o parto e infecções são principais causas de morte.

Segundo a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, o dado indica que os programas pré-natais precisam continuar até os primeiros meses de vida do bebê.

Para Marie-Pierre, o desafio do País é manter a tendência de queda dos números de óbitos de menores de 1 ano e superar as grandes disparidades nas taxas de mortalidade infantil. “Ao analisarmos os dados por regiões, por renda familiar ou por raça e etnia, aparecem as desigualdades”, observou a representante. “Quem morre mais é a criança pobre, a negra e a indígena”, acrescentou.

Fonte: DN Online

Nenhum comentário: