quinta-feira, 10 de julho de 2008

Repórter da Globo terá de depor na PF sobre vazamento

O jornalista Cesar Tralli, da Rede Globo, será chamado a depor na sindicância da Polícia Federal que apura supostos abusos policiais na Operação Satiagraha, bem como o vazamento de informações da ação. Foi Tralli quem comandou a cobertura do caso para a Globo.

O repórter sabia antecipadamente dos mandados de prisão, e de busca e apreensão às casas dos banqueiros Daniel Dantas e Naji Nahas, e do ex-prefeito Celso Pitta. A Globo obteve acesso exclusivo ao momento das prisões e também pôde filmá-las. Tralli também teve acesso ao conteúdo das decisões judiciais que permitiram a operação.

Todas as informações foram exibidas anteontem e ontem no "Jornal Nacional".

Procurado, o editor-chefe do "JN", William Bonner, afirma não ter conhecimento sobre o caso, e que a CGCom deveria ser procurada. Até momento a assessoria da emissora não se manifestou. Se e quando ocorrer, será incluída neste texto.

Segundo advogados consultados pela reportagem, em caso de convocação o repórter é obrigado a comparecer, mas pode alegar sigilo de fonte e manter-se calado diante do delegado. Também não pode ser detido, uma vez que não cometeu nenhum crime (só quem vazou a informação).

O caso revoltou as demais emissoras, que se uniram em uma queixa formal ao governo.

Pressionado, o ministro da Justiça, Tarso Genro, teve de pedir uma investigação.

"O diretor-geral da Polícia Federal [Luiz Fernando Correa] determinou, a meu pedido, que fizesse sindicância para verificar porque foi violado o manual de instrução da Polícia Federal nesse caso no que se refere ao acompanhamento pela imprensa da operação, expondo pessoas que foram detidas", justificou-se ontem o ministro, sobre a sindicância.

Fonte: Folha Online

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