segunda-feira, 21 de julho de 2008

RN é o segundo em apreensões de cocaína no Nordeste

O Rio Grande do Norte está em segundo lugar no ranking nordestino em número de apreensões de cocaína realizadas pela Polícia Federal (PF). Segundo o órgão, somente em 2008, já foram contabilizados 50,1 quilos da droga apreendida. O estado do Ceará ocupa a primeira posição, com uma quantidade de 225 quilos de cocaína apreendidos até o dia 11 de junho deste ano. O número é três vezes maior que no RN.

O delegado Marcelo Diniz, chefe substituto da Coordenação-Geral de Polícia de Repressão ao Entorpecente (CGPRE), da Polícia Federal, afirma que Fortaleza é um ponto estratégico para o tráfico, por causa de sua proximidade geográfica com a Europa e a África Ocidental, destinos da maior parte da cocaína que passa pelo País. "Só uma pequena quantia permanece aqui. O grosso vai para outros países. Eventualmente, a droga segue direto para a Europa, sem passar pela África, onde a fiscalização não é tão rigorosa", explica.

Além das questões geográficas, segundo o delegado, os traficantes preferem atuar sob condições favoráveis, ou seja, em locais onde a fiscalização não costuma ser tão rigorosa. De acordo com um relatório da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, a cocaína que é enviada para fora do País passa, principalmente, pelos aeroportos nordestinos.

A maior repressão em aeroportos do São Paulo e Rio de Janeiro ou em áreas tidas como vulneráveis como a Tríplice Fronteira, no Sul do País, faz com que o tráfico procure novos caminhos. Prova disso foi a descoberta de uma rota em 2007 que saía da Bolívia, passava pela Argentina e chegava ao Brasil pelo Rio Grande do Sul. De lá, a cocaína ia para Fortaleza, de onde era enviada para a Europa, segundo a Polícia Federal.

Diferenças

O Relatório Mundial Sobre Drogas 2008 do Escritório das Nações Unidas Contra o Crime(Unodc, na sigla em inglês) revela que cerca de 40% da droga que chega ao mercado europeu usa o Brasil como rota, passando antes pela África. Segundo o governo americano, a coca boliviana seria consumida, quase que exclusivamente, no mercado local. A cocaína colombiana, por sua vez, seria destinada à Europa e, em menores proporções, para os Estados Unidos.

Para Marcelo Diniz, a principal diferença reside no modo como a cocaína se apresenta. Enquanto o cloridrato da coca (pó refinado, em forma de sal) teria origem na Colômbia e seria voltada para o Exterior, a pasta-base seria proveniente da Bolívia e estaria mais relacionada ao consumo interno. Entre seus usos, destaca-se a produção de crack, droga que está causando muitos problemas aos órgãos de segurança por causa de seu preço baixo e do alto poder de causar dependência química.

Fonte: Jornal O Povo

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