terça-feira, 15 de julho de 2008

Tarso nega que vá discutir crise em encontro com Lula e Gilmar Mendes

O ministro Tarso Genro (Justiça) negou nesta terça-feira que a reunião que terá na noite desta terça-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, seja para aparar arestas com o chefe do Judiciário. Tarso alegou que vai discutir propostas para a continuidade de reformas no Código Penal, e, eventualmente, "questões de natureza civil".

"Nos falamos praticamente todos os dias por telefone. Hoje teremos encontro com o presidente. Conversei com ele há dez dias para articularmos esse protocolo de continuidade das reformas que já estão em andamento", afirmou o ministro, depois de participar de almoço em comemoração aos 80 anos do ex-ministro da Justiça, Célio Borja, realizado no Rio.

Os desdobramentos da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, não estão na pauta da reunião, segundo o ministro. Tarso admitiu que um dos assuntos da pauta poderá ser a reforma na lei que regula o abuso de autoridade, como deseja Mendes.

"É sempre salutar esse tipo de discussão, é um assunto sempre importante", afirmou.
Tarso defendeu a ação da PF na elaboração das provas da Operação Satiagraha, rebatendo as críticas sobre a premeditação do encontro entre emissários de Daniel Dantas e um delegado da PF, que estariam sendo vítimas de suborno.

"Aquilo ali é um trabalho do inquérito, um trabalho policial de alto nível. Esse é um método de infiltração numa organização criminosa, onde o policial com autorização de seu superior, faz a coleta de uma prova. Isso foi muito bem feito", disse.

O ministro apoiou ainda a divulgação de gravações telefônicas feitas pela PF na Operação Satiagraha. Tarso afirmou que o processo não corre em sigilo, e que os advogados já têm acesso aos autos.

"Não é vazamento nenhum, isso aí é a liberdade de informação que está sendo exercida pelos órgãos da imprensa", afirmou, negando ainda que a possível participação de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) estivesse à margem da legalidade.

Fonte: Folha Online

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