segunda-feira, 28 de julho de 2008

TSE vai discutir proposta de força-tarefa para garantir segurança de candidatos do Rio

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro vão discutir na quarta-feira medidas para reforçar a segurança de candidatos que disputam as eleições municipais na capital fluminense. O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, não descarta pedir o apoio da Polícia Federal ou do Exército para garantir a tranqüilidade nas eleições municipais do Estado, mas quer primeiro discutir a situação com o presidente do TRE-RJ, Roberto Wider.

Os dois presidentes se reúnem na quarta-feira, em Brasília, para definir as medidas que serão adotadas com o objetivo de evitar que candidatos sejam constrangidos por milícias ou traficantes em campanhas no Estado.

Britto também disse estar preocupado com o lançamento de candidatos apoiados pelo crime organizado na capital fluminense. "Vamos discutir a possibilidade de uma força-tarefa no Rio de Janeiro depois da conversa com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral. Um segmento fora da lei [tráfico e milícias] projeta sua influência institucional tentando se representar na esfera de poder. Não é um cenário de colônia, mas é preocupante", afirmou Britto.

O presidente do TSE disse que a Justiça Eleitoral tem poderes para executar medidas que permitem a realização de "eleições livres e limpas" no Rio. Mas disse estar disposto a ouvir os demais segmentos do governo federal antes de determinar ações no Estado.

"É uma questão de Estado, que demanda a participação da Justiça Eleitoral. Faremos de comum acordo a partir do poder que tem a Justiça Eleitoral de zelar por eleições livres, limpas, a partir do ponto de vista democrático."

Britto disse que a ameaça de traficantes a jornalistas que cobriam a visita do candidato Marcelo Crivella (PRB) na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, zona norte do Rio, no último sábado, fere a liberdade de imprensa no país. "Ficaram vulneráveis a liberdade de imprensa, a pureza do regime democrático e a comunidade", afirmou.

Além da intimidação dos traficantes na Vila Cruzeiro, o presidente do TSE também se mostrou preocupado com a ação de milícias no Complexo do Alemão e na favela da Rocinha, no Rio, que vêm impedindo candidatos de realizarem campanha nessas localidades.

Segundo denúncias anônimas recebidas pela PF, grupos de milicianos estariam impedindo candidatos de fazer campanhas em favelas da cidade para beneficiar concorrentes locais.

Fonte: Folha Online

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