quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Presa acusada de enterrar criança no quintal de casa

A agricultora Francisca Batista da Silva, 30 anos, que reside no sítio Tiradentes, distante cerca de 12 quilômetros do centro desta cidade, foi detida no início da tarde desta quarta-feira, 6, e nas próximas horas poderá ter a sua prisão preventiva decretada, até que seja esclarecido o fato de uma criança recém-nascida ter sido enterrada no quintal da casa dela. O corpo do menino, resultado de uma gravidez de oito meses, era do sexo masculino e nasceu por volta das 4h30 de domingo, 3. O caso está envolto em um certo mistério, o que só deverá ser esclarecido quando o Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) liberar o laudo pericial. Existem suspeitas de que ela tenha sido enterrada viva. Na manhã de ontem, um cão foi visto arrastando o corpo em uma criança por via pública acerca de duzentos metros da casa da mulher. Os braços e parte do estômago foram mutilados.

A identificação da mãe do recém-nascido foi conhecida minutos depois de o corpo ter sido encontrado. Ela foi presa e convidada a submeter-se a um Exame Puerperal, que apresentou resultado positivo. "Ela nega que tenha enterrado o filho vivo, o que se constituiria num crime de infanticídio e ocultação de cadáver e lhe renderia entre dois a seis anos de cadeia. Mas nós ainda não temos como provar isso. Vai depender do laudo pericial do Itep. Diante disso, nós estamos solicitando a sua prisão provisória", disse o escrivão de Polícia Civil José Miguel.

O DEPOIMENTO - Sem demonstrar nenhum ressentimento e por alguns minutos até descontraída, Francisca Batista conversou com a imprensa e detalhou todo o desenrolar dos acontecimentos. Ela disse que estava no seu oitavo mês de gestação e durante todo esse tempo conseguiu esconder a gravidez dos pais. Era mãe solteira e já criava um menino com seis anos de idade. "Meus pais sempre diziam que era pra eu ter cuidado e não arranjar mais filhos pra dar trabalho", revela. Na manhã de domingo, 3, por volta das 4h50, ela começou a sentir dores e correu para o banheiro. Utilizando uma lâmina de barbear, a mulher cortou o cordão umbilical que, junto à placenta, foram colocados dentro do vaso sanitário e dada a descarga.

Conta Francisca Batista que após isso ela esperou por cerca de meia hora que a criança emitisse um sinal de vida e como isso não aconteceu, pegou uma chibanca, cavou um buraco de aproximadamente meio metro de profundidade no quintal da casa e enterrou o corpo. "Depois eu voltei pra dentro de casa, tomei banho e fui dormir novamente", diz. Ontem pela manhã, quando a pequena comunidade tomou conhecimento do que estava acontecendo, a mãe do garoto foi a única que conseguiu se manter tranqüila. "Eu não cheguei a ir lá. Fiquei em casa. Só não entendi como foi que aquele cac horro encontrou o corpo", disse.

Eram por volta das 5h30 da manhã desta quarta-feira, 6, quando a dona-de-casa Maria das Neves Sabino, ao se dirigir a um curral para buscar leite, deparou-se com uma situação constrangedora. Um cão puxando o corpo de uma criança em meio à via pública. Abalada com a cena que tinha acabado de presenciar, a mulher, de 66 anos de idade, reuniu forças e foi até um telefone público e ligou para a delegacia de polícia desta cidade.

Em conversa com a equipe de reportagem, o sargento Rivelino Rodrigues, comandante do Destacamento de Polícia Militar (DPM), disse que na manhã desta quinta-feira, 7, ele vai organizar uma equipe de auxiliares e seguirá até o sítio Tiradentes, onde fará uma varredura na área na tentativa de encontrar os restos mortais da criança. "Nós vamos levantar informações acerca do corpo de outras crianças que foram enterradas naquele local. Eles tiveram o mesmo fim que esse", disse.

Fonte: Gazeta do Oeste

Um comentário:

Anônimo disse...

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