terça-feira, 2 de setembro de 2008

Dilma nega que grampo no STF tenha detonado crise institucional entre Poderes

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse nesta terça-feira que a decisão do governo de afastar a cúpula da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) foi um "cuidado" para garantir as investigações sobre grampos ilegais em autoridades dos três Poderes.

"Eu acho que o afastamento dos diretores da Abin foi uma decisão no sentido de assegurar a lisura das investigações, nada mais nada menos. O governo não tem uma posição a respeito e não poderia ter porque tem responsabilidades. [...]. O afastamento que o governo fez da diretoria da Abin é um cuidado para garantir as investigações", afirmou a ministra.

Após passar o dia em reuniões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ontem o afastamento temporário de toda a cúpula da Abin. O afastamento --que atinge o diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda-- será por tempo indeterminado. Ou seja, vai até a conclusão das investigações da Polícia Federal.

Os grampos telefônicos ilegais foram denunciados pela revista "Veja", que publicou diálogo telefônico mantido entre o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) no último dia 15 de julho. Mendes e o senador confirmaram a conversa.

Dilma negou a existência de uma crise institucional no país, pois, segundo ela, o governo tem "pleno controle" da situação.

"Eu acho que não há nenhuma crise institucional. Acho que é injusto considerar que um episódio desses tenha essa dimensão. O governo está em pleno controle da situação. Nós vivemos os melhores momentos desse país. Eu acredito que o país hoje está em uma situação de tranqüilidade e estabilidade como nunca antes, para parafrasear o presidente [Lula]", disse.

A ministra disse que não sabe se realmente foi grampeada, mas classificou a hipótese como um "absurdo" para ela ou para qualquer outro brasileiro.

"Eu não sei se fui grampeada. [...] Eu até agora não tenho elementos de que fui grampeada ou não. Acho um absurdo, como achei quando se tratou do Gilmar Mendes e quando se tratar de qualquer brasileiro. O que está em questão aí são os fundamentos da nossa Constituição", afirmou.

Fonte: Folha Online

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