quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Brasil não terá pacote anticrise, afirma Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que o Brasil "não vai ter pacote econômico" por conta da crise financeira iniciada nos Estados Unidos. A declaração foi feita após reunião da coordenação política do governo, convocada para discutir os efeitos no Brasil. "Não tem pacote. [A situação] está mais tranqüila."

Entenda a crise que atinge a economia dos EUA
Entenda como a crise dos EUA afeta o Brasil

Lula se reuniu com o vice-presidente, José Alencar, e os ministros Tarso Genro (Justiça), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento), Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), Franklin Martins (Comunicação Social) e José Múcio Monteiro (Relações Institucionais).

Mantega tranqüilizou o grupo sobre os eventuais contágios da crise econômica norte-americana ao Brasil. Em uma longa exposição durante a reunião no Palácio do Planalto, Mantega disse que os investidores estrangeiros mantêm as aplicações no mercado nacional e que o Brasil tem uma posição segura.

O ministro José Múcio também tratou da crise na reunião ao considerar fundamental manter as oportunidades de crédito --e não permitir que os efeitos da crise afetem as reservas nacionais.

Segundo interlocutores do governo, o receio é que a crise se arraste até o final de 2009, quando o presidente Lula estará preparando sua sucessão.

Ontem em Manaus (AM), Lula reconheceu pela primeira vez que a crise norte-americana é grave. O presidente destacou sua preocupação com a falta de crédito no Brasil como um dos possíveis reflexos da crise dos Estados Unidos.

Apesar da preocupação, Lula afirmou que não existe um "gabinete de crise", mas disse que tem se reunido sistematicamente com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, Mantega e Miguel Jorge (Desenvolvimento).

"Até o momento, não tivemos problemas com a crise financeira dos Estados Unidos. O que pode acontecer com alguns países, não só com o Brasil, é que a crise gere problemas de crédito. Mas tenho me reunido sistematicamente com ministros e com o presidente do Banco Central. Em se tratando de política econômica, o trabalho deve ser feito com tranqüilidade e transparência", afirmou ontem.

Técnicos da equipe econômica examinam alternativas auxiliares que poderão ser utilizadas como uma espécie de plano "B" para evitar eventuais contaminações nas exportações e na área agrícola.

O governo já estuda linhas especiais de financiamento. Entre as possibilidades está colocar mais dinheiro no Proex (Programa de Financiamento às Exportações) e garantir recursos para ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio), mecanismo que permite às empresas oferecer os dólares que receberão por suas exportações como garantia de empréstimos.

Fonte: Folha Online

Nenhum comentário: