domingo, 12 de agosto de 2007

Pesquisa: Natal se destaca no tráfico de crianças e adolescentes

No Rio Grande do Norte, segundo apontou a Pesquisa sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual (Pestraf), em 2002, Natal é a cidade que mais se destaca no tráfico de crianças e adolescentes, principalmente para outros países. Assim como em outras capitais, como Fortaleza, Recife e Salvador, isso acontece porque a cidade está localizada na rota do turismo sexual. Na visão de Adson Maia, Delegado substituto da Delegacia.

Especializada em Defesa da Criança e do Adolescente de Natal (DCA), praticamente inexiste a ocorrência de tráfico de crianças com fins sexuais no Estado, embora o mesmo não aconteça com adolescentes.Segundo ele, os motivos são os mesmos que levam a existir o tráfico de seres humanos, de uma maneira geral, sendo o lucro o principal deles. "Por ser adolescente, esse lucro é maior, justamente por ser jovem e bonita", destacou, afirmando que muitas meninas, inclusive, conseguem registros de nascimento falsos, na tentativa de se passar por adultas.

"Entre 40% e 50% delas não têm consciência de que são vítimas. Existe um preconceito forte por parte da sociedade e até mesmo de instituições públicas de achar que não existe crime em situações como essas, de achar que elas estão ali porque querem".Especificamente sobre a questão do tráfico para fins sexuais, a DCA não possui dados específicos, pois suas ações se limitam a denúncias e operações pontuais, não realizando uma investigação mais profunda visando delinear a trajetória dos envolvidos. No entanto, Adson explica que a delegacia dispõe de programas de combate à exploração sexual infanto-juvenil, num trabalho realizado em conjunto com o Governo Federal.

"As delegacias fazem parte de um programa nacional, realizando operações policiais, investigação em conjunto com o Ministério Público e Justiça Federal e trabalhos de cunho educativo, como elaboração e distribuição de cartazes educativos e orientação", destacou.

Adriana AmorimDa equipe do DN Educação

Fonte: Diário de Natal

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