quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Gerente do INSS renuncia ao cargo após o escândalo

O gerente executivo da agência local do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Francisco Canindé da Silva, anunciou que está abdicando do cargo. O motivo da renúncia, segundo ele, está baseado em sua própria defesa e na agilidade da conclusão da Operação Via Salária, que investiga suspeita de fraudes na Previdência. A decisão foi revelada durante entrevista coletiva, ocorrida na tarde de ontem e que tinha ainda a finalidade de prestar informações sobre o período em que foi mantido na Penitenciária Agrícola Mário Negócio.

Francisco Canindé, que há mais de cinco anos ocupava a gerência, sugeriu uma dispensa e colocou seu cargo à disposição, após uma conversa com o presidente interino da instituição, Francisco Osimar da Silva. O pedido foi aceito e a dispensa foi divulgada no Diário Oficial.

Após ser solto, Canindé reuniu os colegas e contou-lhes sobre a renúncia, informando que a partir de agora a gerência da instituição fica a cargo de Osimar da Silva. O ex-gerente informou ainda que, ao contrário dos procedimentos de praxe, onde após finalizar seus trabalhos em uma determinada área o servidor regressa à cidade de origem, ele não voltará a Brasília, continuará na agência local.

Em relação a sua prisão, o ex-gerente afirmou não saber o motivo e contou que o Ministério Público decidiu não prorrogá-la por não enxergar razão para tal atitude. Ele conta que não foi solto pela ação de advogados e sim pela Justiça.

Canindé declarou não ter conhecimento dos inúmeros procedimentos irregulares atribuídos aos servidores e fez um apelo à sociedade para que ela não cometa pré-julgamentos, referindo-se às vaias destinadas aos servidores durante a transferência dos suspeitos do ginásio à penitenciária. "Em nenhum momento abaixei a vista ou escondi o rosto", diz. "Usem o bom senso", acrescentou.

Segundo Francisco Canindé, não há como o gerente possuir o controle total da situação: "Não tem como o gerente saber", diz, e acredita que o trabalho realizado em seu antigo cargo deve se basear na confiança. No tocante aos outros servidores, Canindé declara que até que se prove o contrário eles são inocentes.

Ele revelou ainda que não se sentiu traído e acrescentou: "Não se trata de botar a mão no fogo ou não. Trata-se de não fazer pré-julgamentos.

A gente se uniu muito. Em nenhum momento eu perguntei: será que esse menino é culpado ou não?", acrescenta.

A Polícia Federal ainda não entrou em contato com o ex-gerente, mas ele afirma que está à disposição. Em relação ao processo, ele declara que os advogados ainda não tomaram conhecimento do documento por estar correndo em segredo de Justiça.

Francisco Canindé afirmou não saber de onde tirou forças para enfrentar a situação. "Quando dá aquele clique no portão da cadeia é duro", comenta.

Fonte: Gazeta do Oeste

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