quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Direção da Cadeia Pública de Mossoró contesta relatório

A direção da Cadeia Pública Juiz Manoel Onofre de Souza, na zona rural de Mossoró, contestou o relatório divulgado no início desta semana pela Organização dos Estados Americanos (OEA), onde aquela unidade foi apontada como uma das que mantém presos dos sexos feminino e masculino nas mesmas celas. "A pessoa que passou essas informações só podia estar com más intenções e agiu de má-fé. Nunca houve esse tipo de coisa aqui na cadeia. Elas ficam em celas separadas dos demais", negou Francinete Fernandes, diretora-adjunta da unidade prisional de Mossoró.

Ela explicou que a unidade foi fundada para atender apenas os presos do sexo masculino, mas que devido à demanda, houve um esforço da direção para que as mulheres fossem recebidas naquela unidade, mas que não ficassem na mesma ala dos homens, assim como os presos homossexuais, que são vítimas de discriminação e, quando colocados no mesmo local dos homens, são violentados. Na denúncia, publicada pelo Jornal Folha de São Paulo, mulheres dividiam os mesmos espaços com os homossexuais. "Desde a fundação, recebemos apenas três homossexuais, mas eles ficaram separados", garantiu.

Francinete Fernandes destacou ainda que o cuidado para evitar esse tipo de situação é tão grande que mesmo havendo a atração entre o preso homem e a mulher, não é permitido que haja contato físico dentro da unidade. "Às vezes, as presas arrumam umas paqueras dentro da cadeia, mas mesmo assim, nós não aceitamos que dividam celas com os rapazes", explica a diretora-adjunta, reclamando sobre a comparação feita com a situação que foi constatada no Estado do Pará, onde surgiu o primeiro caso confirmado. "Pegam um caso lá do Pará e vem comparar com Mossoró", queixou-se Francinete.

RELEMBRANDO

No último fim de semana, um relatório produzido por várias entidades ligadas à defesa das mulheres foi entregue à OEA e divulgado pelos grandes jornais do país, inclusive pela Folha de São Paulo. Segundo o estudo, pelo menos cinco estados do Brasil foram denunciados pela exploração de presos do sexo feminino. As acusações vão desde abuso sexual, praticados pelos presos e funcionários dos presídios, até a manutenção de meninas em celas com homens - caso constatado no Pará. De acordo com o relatório, em Mossoró, homossexuais e mulheres permaneciam alojados nas mesmas celas.

Fonte: De Fato

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