quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Ginecologistas vão suspender cirurgias a partir de sábado

Os anestesiologistas de Mossoró seguem com a paralisação do atendimento às cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a situação no sistema público tende a piorar. É que o movimento ganha o reforço dos ginecologistas, que também vão suspender as cirurgias eletivas ginecológicas a partir do próximo sábado, dia 1º de dezembro.

"Não estamos fazendo greve, apenas decidimos que não vamos fazer procedimentos que não nos interessam", destaca o ginecologista e obstetra Manoel Nobre, ressaltando que os médicos chegam a ganhar apenas R$20,00 por cada procedimento. São cirurgias eletivas ginecológicas: períneo, retiradas de trompas, ovário, útero, etc. Dr. Manoel Nobre afirma ainda que os ginecologistas aceitam negociar.

De acordo com o Dr. Ronaldo Fixina, presidente da Associação Médica de Mossoró, a categoria não vai aceitar negociar sem que haja um chamado formal. "Desta vez só aceitamos negociar através de um pedido formalizado e também decidimos que não vamos mais assinar contrato com os hospitais", declara.

O atraso no pagamento da complementação da tabela do SUS aos especialistas foi o estopim para o início do movimento. Dr. Ronaldo Fixina estima que deixaram de ser realizadas ontem cerca de 20 a 25 cirurgias eletivas, na segunda-feira, quando foi iniciado o movimento, nove cirurgias oncológicas também deixaram de ser feitas. Dr. Frederich Marks afirmou que os atrasos são constantes.

A gerente executiva de Saúde Maria das Dores Burlamaqui afirma que em nenhum momento houve um comunicado formal à Prefeitura por parte dos profissionais. "Fiquei sabendo da paralisação pela imprensa e porque Dr. Cure me informou que as cirurgias oncológicas estavam desmarcadas. Estamos cumprindo o que eles pediram, o reajuste de 150%, antigamente pagávamos R$20 mil e hoje chegamos a R$80 mil. O único problema é que atrasamos a complementação por parte da Prefeitura devido problemas orçamentários", afirma a gerente, que em tom de desabafo conclui dizendo: "Prega-se tantos cuidados com as pessoas e eu acho isso uma falta de respeito".

Fonte: Gazeta do Oeste

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