quinta-feira, 19 de junho de 2008

Lula avalia novas medidas contra inflação

Preocupado com a alta da inflação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza nesta quinta-feira uma reunião com a equipe econômica e conselheiros informais para discutir medidas de controle do gasto público e de restrição à expansão do crédito.

No atual modelo, a meta de inflação é de 4,5%, mas há uma margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo a fim de acomodar imprevistos. No ritmo atual de inflação, há o risco de a inflação superar o teto da meta, de 6,5% neste ano, o que Lula quer evitar.

Lula quer ouvir sugestões do que pode ser feito, mas já cogita cortar o gasto público e elevar o superávit primário a 4,8% do PIB (Produto Interno Bruto), ajudando o Banco Central a não subir tanto os juros.

O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que a alta do superávit ajuda no combate à inflação e, por isso, "quanto mais, melhor".

Segundo Meirelles, o aumento dos juros, que teve início em abril, tem efeito imediato cumulativo. Mas o "pico", o efeito completo, deve ocorrer no final deste ano e no início de 2009.

"O Banco Central está atento e pronto para agir," afirmou. Analistas de mercado consultados pelo BC na pesquisa semanal Focus já trabalham com a aposta de que o IPCA (índice oficial de inflação) ficará em 5,8% neste ano. Sobre a taxa básica de juros, atualmente em 12,25%, o mercado espera que termine 2008 em 14,25%.

Inflação

Nesta quarta-feira, o economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Salomão Quadros afirmou que a inflação vem se mostrando mais "resistente", e diante disso o BC (Banco Central) terá que continuar elevando a taxa de juros.

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse na terça-feira (17) que há espaço para que a taxa de juros Selic caia.

Ele ressaltou que isso só poderá acontecer quando a alta dos preços dos alimentos cessarem, e a inflação estiver mais controlada. A taxa real (descontada a inflação) mexicana atual é de 2,6%, e a brasileira alcança 6,9% (também real).

Fonte: Folha Online

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