sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Polícia pára investigações por falta de uma viatura para realizar diligências

As investigações em torno dos dois homicídios registrados no último fim de semana na área de investigação da Primeira Delegacia de Polícia Civil estão paradas por um motivo: falta de viatura para os policiais poderem realizar as diligências.

O que já era difícil com um pequeno número de policiais, ficou ainda pior há cerca de duas semanas, quando a única unidade móvel parou. Apesar de serem casos relativamente fáceis de elucidar (as famílias vêm ajudando), os policiais não têm como produzir as provas.

A Primeira Delegacia de Polícia Civil, que mesmo antes da viatura parar, já tinha uma das piores estruturas da cidade, vem acumulando inquéritos parados há vários anos.

Nos seis primeiros meses de 2008 foi feito um levantamento em torno dos homicídios sem elucidação, registrados nos últimos anos. Até junho, eram mais de 60 casos insolúveis. De lá para cá, esse número só aumentou, segundo uma fonte do DE FATO, que pede para não ser identificada.

Antônio Pinto, delegado responsável pela unidade, confirma a falta de uma viatura, mas não quis comentar sobre este assunto."O que tenho a dizer é que este problema já está sendo resolvido", destacou Pinto, que segundo informações obtidas pela reportagem junto à fonte, foi proibido de falar sobre os problemas da delegacia com a imprensa, como fez assim que assumiu o cargo. "Ele levou um 'puxão de orelha' e não pode mais falar sobre essas coisas com a imprensa", diz o informante, acrescentando que os policiais estão usando carros de outras delegacias ou até mesmo os seus para dar conta dos serviços acumulados.

"O pessoal, tem vez, que sai no seu carro ou tem que pedir viatura emprestada", revela. De acordo com um agente que trabalha na Primeira DP, os dois homicídios já teriam sido elucidados, se não fosse a falta de uma viatura. "Nos dois crimes, já temos nomes. Mas falta correr atrás pra colhermos as provas e elucidar os dois", diz o policial, que pede para não ser identificado com medo de represálias oriundas dos seus superiores em Natal.

"Os trabalhos estão parados. Fazer o quê? O problema é que em caso de homicídio, se não for feita a investigação imediata, o caso esfria e o criminoso vai embora. Quando a gente for atrás, não acha mais", revela o agente da Primeira Delegacia.

Fonte: De Fato

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