segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Lula soube ontem da fusão do Itaú com o Unibanco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado ontem à noite sobre a fusão do Itaú com o Unibanco. Interlocutores de Lula informaram que ele se reuniu com representantes dos dois bancos, que detalharam a operação financeira. No encontro, foi entregue a Lula uma carta com dados sobre os motivos que levaram à fusão.

Na manhã desta segunda-feira a Itaúsa --empresa de participações do grupo Itaú-- e o Unibanco anunciaram que irão fundir suas operações financeiras, o que formará o maior banco do país e o maior grupo financeiro do Hemisfério Sul, segundo comunicado divulgado pelos bancos.

Segundo as duas instituições, o total de ativos combinado é de mais de R$ 575 bilhões --contra R$ 403,5 bilhões do Banco do Brasil, e R$ 348,4 bilhões do Bradesco, de acordo com dados de junho do Banco Central.

Assessores do presidente informaram também que não há temor em decorrência da fusão e suas conseqüências para as operações financeiras conduzidas pelo Banco do Brasil. De acordo com eles, o importante é que o BB possa continuar prestando seus serviços.

Mais cedo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que fusão de Itaú e Unibanco deve fortalecer o sistema financeiro nacional e evitar problemas na liberação de crédito no país. Após participar de reunião do Palácio do Planalto, o ministro comentou o negócio.

"É importante, pois solidifica os dois bancos. É normal que em um momento de turbulência, de problemas internacionais do setor financeiro, você tenha um movimento de fusões. São dois bancos tradicionais, dois bancos sólidos, que têm uma atuação importante para a atividade econômica", afirmou Mantega.

Para ser concretizada, a fusão ainda terá que ser aprovada pelo Banco Central e por órgãos reguladores como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

O Cade informou nesta segunda-feira que ainda não foi notificado da fusão e que não se manifestará sobre o caso até o julgamento. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, os dois bancos têm 15 dias após a operação para comunicar a SDE (Secretaria de Direito Econômico) e o próprio conselho.

Fonte: Folha Online

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