sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Parte dos presos da DP da ZN estão fora das celas

Lixo, restos de comida, garrafas peti cheias de urina e muito odor. Essas são as condições a que estão submetidos os presos custodiados na Delegacia de Plantão da Zona Norte, onde também funciona o 9º Distrito Policial de Natal. Além dos 17 presos mantidos em cada uma das duas celas existentes na delegacia, mais quatro estão no corredor da carceragem por não haver mais condições de serem abrigados corretamente. Ao todo, o local abriga 37 homens à espera de julgamento. Além disso, a estrutura do local está comprometida e as viaturas são veículos alugados.

Inaugurada em julho de 2002, no governo de Fernando Freire e gestão do secretário de defesa social Anísio Marinho Neto, o 9º Distrito Policial, localizado na Rua Ilhéus, s/nº, no Conjunto Panatis, encontra-se em meio ao caos. De acordo com um agente que não quis se identificar, o ideal seria que cada cela comportasse até seis presos, mas o que se vê na carceragem é um número três vezes maior que isso.

No corredor onde ficam as celas, quatro presos são mantidos sem condições para fazer suas necessidades fisiológicas. ‘‘O jeito que eles dão é usar garrafas peti e sacos plásticos’’, disse o agente. Em meio a muito lixo, mau cheiro, resquícios de comida e ainda das garrafas de refrigerante cheias de urina, os presos dormem com colchonetes, ao chão.

Os presos da Plantão Zona Norte ficam soltos no corredor da carceragem, próximos de uma porta que dá acesso direto à recepção, oferecendo risco iminente de fuga e perigo para os agentes que custodiam os acusados. ‘‘As grades das celas estão empenadas, não fecham direito. Existem dois cadeados para trancá-las, mas não dá para fechar com os dois porque a grande está totalmente torta’’, disse um agente.

Ao entrar na carceragem, à equipe do Diário de Natal pôde registrar o desespero dos presos. Eles se espremem entre as grades das celas para dizer que a situação no local está insuportável. Ao entrar na carceragem, uma lufada de ar quente e imundo sobe as narinas. Para quem não está acostumado, mal dá para ficar cinco minutos no lugar.

ESTRUTURA

A estrutura física das outras partes da delegacia estão tão deficitárias quanto a carceragem. As divisórias das salas encontram-se tomadas pelos cupins. As paredes da recepção estão sujas, com marcas marrons na tintura branca por todo o lado que se olha.

As viaturas funcionam, mas são alugadas. As ‘‘quentinhas’’ que alimentam os agentes são péssimas, tendo em vista que alguns deles confessam levar suas refeições para casa no objetivo de alimentar os próprios cachorros. Além disso, os computadores são antigos e o banheiro da recepção está sempre sujo. A frente da delegacia também não recebe maiores cuidados, tanto que as garrafas peti com a urina acumulada dos pelos presos ficam na entrada, à espera do caminhão do lixo. O fedor incomoda os moradores da rua.

Fonte: Diário de Natal

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